domingo, 31 de agosto de 2008

Blog JVernePt é o 'Blog VIP da Semana'

O 1001 Blogs, um excelente blog com mais de 10.000 visitas diárias e onde podemos encontrar de tudo nas suas 6 categorias (hi5, passatempos, oportunidades, vídeos, imagem e erotismo), homenageou o nosso blog JVernePt intitulando-o como o Blog VIP da Semana.

O nosso blog teve, sem dúvida, uma semana "em grande" e o 1001 Blogs foi fundamental no sucesso visto que simpaticamente publicitou o nosso passatempo de oferta de bilhetes para a ante-estreia de 'Viagem ao centro da Terra'.

O nosso obrigado ao 1001 Blogs pela (mais uma vez) publicidade ao blog de homenagem a Júlio Verne, escritor que merece sem dúvida ser divulgado!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Estreia hoje 'Viagem ao Centro da Terra 3D'

Estreia hoje em todo o país lusitano o tão esperado 'Viagem ao Centro da Terra 3D'!

Como muitas salas de cinema ainda não possuem a tecnologia 3D, este filme também será exibido na versão normal.

Deixo-vos o jogo online do filme (quero ver quem consegue chegar ao centro da Terra) como também um guia educacional juvenil (em inglês) para todos que queiram conhecer um pouco mais sobre o filme, a obra de Verne, geologia, etc...

Fica o desejo que todos gostem do filme e que seja um sucesso!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Crítica - Viagem ao Centro... de um filme

A ideia central dos produtores do filme inspirado no livro "Viagem ao Centro da Terra", de Verne, era que ele fosse divertido, diferente, que marcasse posição como o primeiro feito em 3D com actores vivos (curioso colocar pela primeira vez este recurso num filme inspirado em Verne, um escritor cujos romances são fascinantes pela descoberta de novos mundos).



E a verdade é que o filme consegue isso: todo o mundo que assistiu achou engraçado, movimentado, recomendável aos amigos, enfim, bom de ser visto. É o que eu chamo "filme-pipoca": é aquele que se assiste com alegria, divertindo-se muito... mas que logo depois o esquecemos. Ou seja, naquilo que ele se propõe, alcança plenamente o objectivo e deve fazer uma bela carreira nas bilheterias de cinema de todo o mundo. Ainda mais quando se tratar de uma versão em 3D (que eu ainda não vi).

Quanto a relação do filme com Verne, o autor, achei respeitosa e até certo ponto, reverente. Só não gostei de ouvir o termo "verniano" aplicado a "seguidores" de uma "seita" que "acredita que tudo o que Verne escreveu em seus livros era a pura verdade"... o professor de geologia do filme acredita que Lidenbrock existiu realmente, fez a viagem de verdade e contou sua história para Verne escrevê-la.

Se pensar que o filme conta a história de um professor de geologia, que desce o Sneffels com o seu sobrinho (que eventualmente se perde, no meio do percurso) e um(a) guia islandês(a) - que salva a pele deles várias vezes - e lá em baixo encontra o Mar de Lidenbrock, cogumelos gigantes, animais que se pensavam extintos, etc... e que no final da aventura saem por um imenso túnel vertical cuja ponta externa é um vulcão italiano (no caso, o Vesúvio, em vez do Stromboli), para além de outras semelhanças, parece que a história original foi até respeitada... mas são só "pontos de contacto" ou citações.

Mas podia também ser BEM pior, como já vimos em outras adaptações cinematográficas dessa mesma obra: por exemplo, achar uma "civilização perdida" lá em baixo, com direito a rei, rainha, súbditos, pirâmides etc... ou descer até lá numa gigantesca broca tripulada... na verdade, as situações mostradas no filme são tão parecidas com as descritas no livro que o personagem do sobrinho, quando se vê numa situação difícil, procurando por uma solução, no auge do desespero, exclama:

- Como eu queria ter lido aquele livro !!!!

Isso é o melhor do filme: ele faz uma incrível propaganda do livro de Verne e acho que vai fazer muita gente procurar por ele nas livrarias.

Resumindo: não é fiel ao original, mas o filme também não pode ser acusado de desrespeitoso ou totalmente delirante e alheio a Verne.
Mas ainda vamos esperar um pouco mais de tempo para ver "aquela" adaptação de um livro do velho mestre.

Fotos do filme.


terça-feira, 26 de agosto de 2008

'Viagem ao Centro da Terra' no Primeiro Jornal

O novo filme 'Viagem ao Centro da Terra' foi notícia hoje no Primeiro Jornal do canal televisivo SIC.
Foram apresentadas na reportagem várias cenas do filme/making-off como também comentários dos actores Brendan Fraser e Josh Hutcherson e do realizador Eric Brevig:



As minhas desculpas mas não sei como parar inicialmente o vídeo.

Passatempo - Vencedores ante-estreia 'Viagem ao Centro da Terra'



E os vencedores dos bilhetes duplos para a ante-estreia do fantástico Viagem ao Centro da Terra, passatempo organizado por Blog JVernePt/Ecofilmes-Prisvídeo, são:

10 Bilhetes Duplos dia 27/08 às 21:30 no Porto (UCI, ARRÁBIDA SHOPPING - GAIA)

Mauro Vieira
Fernando Pereira
Henri Costa
Fernanda Moreira
Liliana Martins
Susana Nunes
Ana Silva
Eulália Cunha
Tiago Costa
Gabriel Santos

10 Bilhetes Duplos dia 27/08 às 21:30 em Lisboa (UCI, EL CORTE INGLÉS)

Nelson Mestrinho
Isabel Mateus
Bruno Coelho
Patrícia Rento
David Gonçalves
Diogo Marques
Rita Salvado
Alexandra Istrati
Diana Costa
Paulo Jacinto

Pergunta: Onde é a entrada para o centro da Terra?
Resposta: Vulcão Sneffels na Islândia.

Os vencedores poderão levantar os seus bilhetes duas horas antes nas respectivas bilheteiras.
Terão que mostrar o seu BI e citar o passatempo onde ganharam o bilhete, Passatempo Blog JVernePt.

Esperemos que todos gostem do filme e que continuem a visitar o Blog JVernePt.
O nosso obrigado à Ecofilmes/Prisvídeo por nos ter cedido estes bilhetes e dessa forma organizarmos este fantástico passatempo.

Artigo - Como Jules Verne conquistou Portugal (2ª parte)

Continuação do artigo 'Como Jules Verne conquistou Portugal' cuja 1ª parte foi aqui colocada no dia 14 de Agosto.

2ªParte

Em 28 de Novembro de 1896 morre David Corazzi, que se contava “entre os homens de mais iniciativa em o nosso paíz”… “vitimado por uma lesão cardíaca”.

No artigo em baixo, aquando do falecimento do editor, que se contava “entre os homens de mais iniciativa em o nosso paíz”… “vitimado por uma lesão cardíaca”, é explicado a novidade em 1889 (1884, como se vê impresso, não pode deixar de ser um lapso), ano em que surgiu o aparecimento da Companhia Nacional Editora (e do seu monograma), “Sucessora de David Corazzi e Justino Guedes”.
Acrescentamos que o “sindicado” era dirigido pelos próprios David Corazzi e Justino Roque Gameiro Guedes, que compravam com a mão direita o que vendiam com a esquerda.

Artigo necrológico da revista O Occidente, de 28 de Novembro de 1896, por ocasião do falecimento de David Corazzi, assinado pelo gravador Caetano Alberto.

No ano seguinte, 1890, a Administração da Companhia Nacional Editora, abandonou as velhas instalações e mudou-se para o Largo do Conde Barão, 50. A tipografia (agora também da CNE) permaneceu na Rua da Rosa.
Sete anos depois, A Companhia Nacional Editora, agora administrada unicamente por Justino Guedes, continuará a publicação da obra de Verne, a partir de “O Castello dos Cárpathos”. Nesta data, também a sua tipografia se encontra no Largo do Conde Barão.
Em 1899, o topo das páginas de rosto da “Grande Edição Popular” tornou-se igual ao da “edição de luxo”: apenas “Viagens Maravilhosas”.
Mas a frase por extenso, “Grande Edição Popular Das Viagens Maravilhosas Aos Mundos Conhecidos e Desconhecidos” reaparecerá (em 1911?).

Surge dois anos antes da morte do autor francês, em 1903, o desaparecimento do nome de Justino Guedes que coincide com nova transformação da razão social: simplesmente “A Editora”, ficando as páginas de rosto privadas do habitual monograma do Editor… até 1908, quando foi reintroduzido na forma actualizada.

Logotipo de A Editora

A partir de 1911, os romances de Jules Verne aparecem agora numerados nas listas publicadas em frontespícios e em contra-capas de brochuras.
A numeração (que atingia, por então, o nº 75) correspondia à ordem de primeira publicação dos títulos na “edição de luxo” – com excepção dos quatro primeiros volumes de “As Grandes Viagens e os Grandes Viajantes”, que foram avançados até se juntarem aos dois últimos volumes dessa obra (pois não tinham sido consecutivos).

No ano seguinte, o catálogo (introdução em baixo) publicado com o romance nº 79, “O Pharol do Cabo do Mundo” prometia a continuação até ao nº 85… mas essa numeração, prosseguida por outro Editor bem diferente (Livraria Francisco Alves/Livraria Bertrand) em 1937, só comporta mais três volumes, 80, 81 e 82.
Na “edição de luxo”, não conhecemos qualquer título posterior a “O Soberbo Orenoco” (nºs 73 e 74).
(Note-se que a publicação de apenas mais três volumes, até ao nº 85, seria por certo insuficiente para abranger o que faltava das “obras completas”, que o catálogo prometia).

Introdução com a promessa de 85 volumes.

A meio dos anos 20, mais propriamente em 1926, entrou em actividade verniana um novo editor, herdeiro das Horas Românticas, da Companhia Nacional Editora, e de A Editora (que afinal fora sempre o mesmo, que se ia transformando): uma complicada associação de associações multinacionais, que melhor se compreenderá vendo a reprodução (abaixo).
Esta associação de Editores, que pouco produziu (e apenas repetindo), imprimia os romances de Jules Verne na tipografia da Empresa do Diário de Notícias, ou na Imprensa Portugal-Brasil.

Retirado de uma obra de 1927 (no ano anterior, as colunas dos Editores estavam invertidas, esquerda/direita).

Em 1934, a Livraria Bertrand isolou-se da Livraria Aillaud, e, até 1938, será a associação Livraria Francisco Alves (Brasil)/Livraria Bertrand (Portugal) que publica os volumes nºs 80, 81 e 82 (dando enfim parcial cumprimento ao prometido pela “A Editora” em 1912).

A obra de Verne estava longe da publicação completa em Portugal (ainda hoje o está), mas estes oitenta e dois volumes representam o mais importante e coerente conjunto entre nós erguido à glória do romancista genial.
Uma nova associação luso-brasileira (Livraria Bertrand (Portugal)/Editora Paulo de Azevedo, Lta (Brasil)) reimprimiu algumas obras isoladas, e, em 1956, lançou a reedição “de acordo com a moderna ortografia” de todos os títulos, 1 a 82.
Para os jovens leitores de então, teria sido, em tom menor, a repetição do experimentado pelos seus bisavós de 1874.

Na forma, mantém-se as características da Grande Edição Popular de 1886 – com uma nova capa de F. Bento.

Continua...

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Europa-América lança novo livro de "Viagem ao Centro da Terra"

A Europa-América, magnífica editora que edita actualmente muitos dos livros de J. Verne com as excelentes ilustrações da época, lançou num novo formato e nova capa o livro "Viagem ao Centro da Terra" de Júlio Verne.

Este novo livro, que não substitui o do formato de bolso, possui a capa do novo filme de Brendan Fraser com o mesmo nome e tem um preço de €15.90.

Poderão adquiri-lo visitanto o site da Europa-América.

Leia o livro. Veja o filme.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Passatempo 'Viagem ao Centro da Terra'

A distribuidora Ecofilmes/Prisvideo do filme "Viagem ao Centro da Terra", achou bastante interessante o blog JVernePt e, como também temos acompanhado toda a promoção do filme, decidiu-nos presentar com:

10 Bilhetes Duplos para a ante-estreia dia 27/08 às 21:30 no Porto (UCI, ARRÁBIDA SHOPPING - GAIA)

10 Bilhetes Duplos para a ante-estreia dia 27/08 às 21:30 em Lisboa (UCI, EL CORTE INGLÉS)

Versão Normal


Para ganharem um bilhete duplo basta nos enviar um email para jverne@portugalmail.pt com o seu nome (1º e apelido), número de BI, localidade onde quer ver o filme e a resposta à seguinte pergunta:

"Onde é a entrada para o centro da Terra?"

Poderão obter ajuda na resposta visitando o site JVernePT
.
O passatempo termina dia 25 às 23:59h.



Os vencedores serão afixados aqui e informados via email.
Poderão levantar os bilhetes nas bilheteiras do cinema correspondente duas horas antes do início do filme.
Terão que apresentar o BI e citar o passatempo do blog JVernePt.




Na aventura para toda a família, Viagem ao Centro da Terra, três exploradores mergulham num estranho mundo novo, por debaixo da superfície da Terra, onde embarcam numa incrível viagem e descobrem locais aterradores, no meio dos maiores perigos.
Durante uma expedição científica à Islândia, o visionário cientista Trevor Anderson (Brendan Fraser), o seu sobrinho Sean (Josh Hutcherson) e a bela guia local, Hannah (Anita Briem), vêem-se inesperadamente presos numa gruta, de onde a única saída é na direcção das entranhas da Terra.
Viajando por mundos nunca vistos, o trio depara-se com criaturas surreais e inimagináveis, incluindo plantas que comem pessoas, piranhas voadoras gigantes, pássaros incandescentes e terríveis dinossauros do passado. Os expedicionários chegam depressa à conclusão de que como a actividade vulcânica à sua volta está a aumentar, têm de encontrar um caminho de volta para a superfície da Terra antes que seja tarde demais…
Com espectaculares ambientes foto-realistas e técnicas de filmagem novas e revolucionárias, Viagem ao Centro da Terra é uma aventura épica que leva os espectadores directamente ao centro da viagem dos nossos heróis, partilhando com eles a sua louca e espectacular jornada.





Vejam em formato HD aqui.


Fotos disponíveis








Poster (alta definição)




Site oficial

Muito obrigado à Ecofilmes/Prisvideo por todo o material que nos enviou inclusive o poster em alta definição. Posso enviar via email a quem pedir.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Revista 'Mundo Verne' #6

O sexto número da Mundo Verne em português já está disponível!

Destacamos um artigo muito interessante de Volker Dehs sobre as obras de teatro relacionadas, directa ou indirectamente, com Verne e faz-se uma análise sobre a participação do autor das Viagens Extraordinárias nos textos em questão.

Eliseo Monteros da Argentina apresenta uma nota sobre quatro escritores do seu país e a sua visão de Verne. Cristian vem desta vez com uma análise de Em Frente da Bandeira. Bill Butcher, um dos principais estudiosos do trabalho do francês faz-se conhecer aos leitores da Mundo Verne e fala sobre sua vida e do seu trabalho verniano.

Do resto, o mais chamativo é o início da publicação de uma obra inédita traduzida em português pela primeira vez em toda a história verniana. Desta vez, é O cerco a Roma.
Mundo Verne 6

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Mais celebridades falam de J. Verne

O português professor universitário, comentador, dirigente político e crítico de livros Marcelo Rebelo de Sousa numa conferência de imprensa reafirmou a sua paixão pelos livros citando o autor francês.



"Os livros são essenciais porque podem mudar a vida de uma pessoa. Podem criar, por exemplo, o desejo de conhecer novos países, novos horizontes ou experiências - como os livros de Júlio Verne que também aprofundaram o meu conhecimento da língua francesa..."

-------------------------------------------------------------------------------------

Outra celebridade citou J. Verne. Desta vez foi o próprio J. J. Benitez, autor da única biografia do autor em português.
Numa longa entrevista deixa-se apenas as perguntas/respostas onde o autor francês foi citado:

Bem, minha impressão é que o senhor tem livros que são claramente jornalísticos, verdadeiras reportagens, e outros em que existe a ficção, o trabalho imaginativo pessoal.

* J. J. BENÍTEZ: Todos os meus livros são puro jornalismo.

Mas há alguns que não podem ser considerados jornalismo, como a série Operação Cavalo de Tróia, Eu, Júlio Verne, O Testamento de São João.

* J. J. BENÍTEZ: É tudo jornalismo, pesquisa. Eu nunca inventei nada.

Vamos falar agora de outros livros seus. Por exemplo, O Testamento de São João. Parece uma canalização, uma obra de mediunidade, uma psicografia, para usar a palavra dos espíritas.

* J. J. BENÍTEZ: Ninguém conhece a história de O Testamento de São João. Vou contá-la a você pela primeira vez. Pediram para escrever uma espécie de "autobiografia "de um personagem qualquer. Pensei em Júlio Verne, que é um grande mestre para mim. Quando tentei escrever a biografia de Júlio Verne, não consegui. Então, misteriosamente, começaram a chegar-me informações sobre São João. Comecei a escrever sem saber o que estava escrevendo. Fiquei dias fechado no quarto, completamente enlouquecido, no bom sentido, sem controle, sem comer, quase sem dormir, até que terminei O Testamento de São João. Quando o li, pensei que não era meu.

Outro livro sobre o qual gostaria de falar é Eu, Júlio Verne. Esse livro parece que aborda algo como reencarnação.

* J. J. BENÍTEZ: Bem, eu não acredito em reencarnação. Tenho dúvidas. Depois de ter escrito O Testamento de São João, passado algum tempo, pensei: agora posso escrever uma "autobiografia" de Júlio Verne. Estive investigando oito meses. Fui até onde pude chegar. Fiquei muito surpreso, pois havia aspectos da vida pessoal e profissional de Júlio Verne que eram bastante parecidos com os meus. Não eram iguais, eram parecidos. Nesse trabalho, também senti a proximidade de uma força, ou de um espírito que poderia ser ele. Lembrava-me muito, nesses momentos, de Gasparetto, o médium brasileiro. Porque ele, quando pinta, diz que sente os mestres pintores perto dele. Aqui há algo muito curioso, que me chamou a atenção. É uma frase de Verne. Em uma de suas cartas, ele diz, quase já em 1905, quando morreu: cheguei tarde para essas luzes que vêem no céu e para Jesus de Nazaré. Referia-se à onda de OVNIs de 1897 nos Estados Unidos.

-------------------------------------------------------------------------------------

Deixo para ultimo, uma recente citação a Júlio Verne do Excelentíssimo Presidente da República de Portugal, Prof. Dr. Aníbal Cavaco Silva, que numa visita ao Centro Ciência Viva do Alviela, em Alcanena, teve a oportunidade de conhecer o Carsoscópio. Para além de acreditar que «vai ser um sucesso», não escondeu a satisfação por ter experimentado a «adrenalina» proporcionada por tecnologia 100 por cento portuguesa:

«Foi como sentir a adrenalina sentado no sofá. Faz lembrar as viagens de Júlio Verne. É uma criação virtual extraordinária..."

Tudo indica que o nosso presidente terá sido um leitor das obras do autor francês.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Artigo - Como Jules Verne conquistou Portugal

A. J. Ferreira é o nome literário de António Joaquim Ferreira, um dos raros estudiosos e investigadores portugueses na área da banda-desenhada e literatura juvenil.

Dedicado a autores, ilustradores, editores, A. J. Ferreira investigou todo o tipo de revistas, jornais, livros publicados em Portugal.

Num trabalho meticuloso, que lhe tem ocupado anos, na tarefa de folhear todo o tipo de publicações, quer próprias, quer do acervo da Biblioteca Nacional, A. J. Ferreira indica em pormenor autores e publicações. Foi o caso do artigo “Como Jules Verne conquistou Portugal” no seu Jornal Infantil Português Ilustrado, apresentado de Julho a Novembro de 1994, onde relaciona a obra do escritor francês com as suas primeiras editoras portuguesas, “Horas Românticas” de David Corazzi, Livraria Bertrand e outras.

Com a cedência autorizada pelo próprio, iremos transcrever (com algumas modificações afim de o tornar mais actualizado), e em exclusivo para o Blog JVernePt, o seu artigo que irá sendo disponibilizado (dividido em três partes) durante o mês de Agosto.Será, com certeza, um artigo bastante interessante principalmente para aqueles que possuem edições antigas das obras vernianas e que gostariam de conhecer um pouco mais sobre elas.


Jules Verne encontrou o caminho da glória em 1862, com o romance Cinco semanas em balão, aventuras através de uma África desconhecida. Doze anos depois (enquanto publicava no seu país A ilha misteriosa) foi apresentado aos portugueses – há centro e trinta e quatro anos.

A Empreza Horas Românticas, de David Corazzi, foi o eco em Portugal da prestigiada casa Hetzel[1] e das suas grandiosas edições vernianas: as Voyages Extraordinaires da Bibliotèque d’Éducation et Recréation. Os volumes portugueses, de dimensões sensatas, impressos em belo tipo e bom papel, mantiveram o tamanho e a qualidade das ilustrações originais, e eram, na opção de luxo, “encadernados em percalina e dourados na capa e por folhas”. Ainda se encontram destes, um ou outro, em dias felizes, no mercado alfarrabístico.



O meu estudo levou-me a concluir que a proliferação das edições, a frequente emissão do número de ordem e das datas, deixam livreiros e leitores na ignorância do que vendem e do que compram, e levam a dar a foros de primeira edição ao que realmente não o merece.

Historiemos então a evolução das características visíveis.
Da Terra à Lua foi a “viagem” escolhida para estreia, em 1874, e a publicação, como seria de esperar, foi levada a cabo em fascículos, ou cadernetas, semanais de 32 páginas, tendo cada uma dela 32 linhas.
O jornal Diário Ilustrado noticiou em 12 de Março desse ano, a saída da primeira caderneta, com 6 gravuras, e traduzida por um “cavalheiro que junta a um bom e sólido talento uma grande ilustração”. A obra foi tipografada na Imprensa Nacional (Lisboa).

O editor vendia a obra completa, brochada, por 900 réis (os preços iriam variar entre 900 e 1100 rs). As opções de luxo, encadernadas, eram acrescidas de 300 réis.

A segunda viagem, À volta da Lua, foi já impressa em tipografia própria, a Typographia das Horas Românticas na Travessa da Parreirinha[2] nº 5, sem data conhecida. O endereço da Empreza Horas Românticas, Rua dos Calafates[3], foi, por vezes omitido; e durante a publicação do oitavo capítulo, Viagem ao centro da Terra, em 1875, a editora mudou-se para o nº 42 da Rua da Atalaya. Mais tarde, a tipografia também para lá se mudou, nºs 40-52.

Os brasões dos Editores gravados nas contra-capas indicam a época de feitura das capas, mas podem ser encontrados a encadernar textos impressos muitos anos antes, pelo precedente editor, e conservados em depósito, sem encadernação, até que o mercado solicitasse mais exemplares.

Em paralelo com a Viagem ao centro da Terra, foi editada em 1875, quase despercebidamente, uma outra novela de Jules Verne, A Galera Chancellor fora da Bibliotèque d’Éducation et Recréation e directamente em volume brochado, algo já visto na França e no Brasil.
Perante a ausência total de ilustrações[4] (tão importantes na obra de Verne) e o preço de 600 réis[5], o desinteresse do público foi de molde a castigar David Corazzi pelo seu desajeitado passo (o formato menor e a menor letra dessa triste edição, não foram, por certo, os culpados, como se provaria onze anos depois, com uma melhor concebida “Grande Edição Popular”, de que falaremos à frente (1886).

De 1879 (depois de A Galera Chancellor) a 1882 (antes de O raio verde), Corazzi editou um trabalho histórico de Jules Verne, intitulado Histoire des Grands Voyages et des Grands Voyageurs.
Divididos em três partes, como em francês, os seus seis volumes tiveram o título geral de As Grandes Viagens em vez de Viagens Maravilhosas, mas não deixaram de ser posteriormente incluídos na sequência de numeração das Viagens Maravilhosas e encadernados nas suas capas. Afinal, as “grandes viagens” não eram menos maravilhosas que as outras: na primeira edição, o frontispício ilustrado (que nem sempre existia nas edições das horas românticas) incluía o conhecido cartão de visita da página de rosto, onde fora substituído pela simples indicação da tipografia.
Em 1880 apareceram algumas alterações gráficas numa rotina que se aproximava de quarenta volumes: o pequeno monograma de David Corazzi, na página de rosto, foi substituído por outro (por baixo), e o seu nome, por extenso, intercalado no cartão-de-visita do pé da mesma página.

Em 1884 foi suprimido no cartão de visita[6] do editor, o termo “Biblioteca Ilustrada de Instrução e Recreio”, e substituído pela informação das medalhas conquistadas nas Exposições e pelo endereço da filial no Brasil.
Dois anos depois (mas já dada como um facto em anúncios de 1885), enfim, a conquista das multidões (depois da falsa partida em 1875): Jules Verne a 200 réis, e com ilustrações.

A Grande Edição Popular não interferiu visivelmente com a continuidade da edição de luxo. Era publicada directamente em livro, e, tendo a edição de luxo perdido há muito tempo o ritmo das “entregas” semanais, chegou-se à simultaneidade dos títulos em 1890.

O formato, “in 8º francez”, significava que: os livros eram um pouco menores que a edição de luxo, dentro a mancha de texto era também menor embora o número de linhas tivesse subido de 32 para 35 (em menor tipo e menos espaçadas), as ilustrações eram reduzidas a duas e bastavam para inflamar a imaginação dos leitores.

A missão de David Corazzi estava cumprida, e o grande editor nada mais terá a dizer aos seus leitores de Jules Verne (embora, comercialmente, a epopeia continue).



O topo da página de rosto foi apresentado em duas fases (abaixo) sendo a primeira de curta duração e, talvez por lapso, privada do termo fundamental, Grande Edição Popular.


Estas capas, de origem francesa, cobriram Portugal (e também o Brasil) em vários tons de vermelho, verde, azul, amarelo…

Este novo formato veio a sofrer uma pequena redução (1 cm) a meio dos anos 20, com os números (1 a 82) inseridos na base lombada; e o termo “Viagens Maravilhosas” perdeu, por vezes, a sua obliquidade “belle-époque”, e acomodou-se em duas linhas horizontais, debaixo do balão. A mancha de texto não foi afectada por essa redução, apenas as margens foram sacrificadas. Em brochura, a Grande Edição Popular tinha capas sem gravuras, iguais às páginas de rosto, em papel espesso e cinzento.
A partir da 2ª edição de O Paíz das Pelles em 1887, foi inserida uma “gralha” tipográfica providencial, “Impresa…”, onde antes se via “Empreza Horas Românticas”; e em 1888 a tipografia das Horas Românticas mudou-se para a Rua da Rosa, 309.



[1] Jules Hetzel, Rue Jacob, 18, Paris.
[2] Hoje, Rua Capelo, Lisboa.
[3] Rua do Diário de Notícias, Lisboa, desde 1886.

[4]
As aventuras do capitão Hatteras tinham, na Biblioteca Ilustrada, 135 gravuras em cada volume.
[5] Onze anos depois, vai ser possível uma edição com duas gravuras por 200 réis.
[6] A supressão poderia ter ocorrido em 1883, no romance Kéraban, o cabeçudo, cuja primeira edição nos é desconhecida.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

O 'Nautilus' está de volta?

Terror nos Mares, de Clive Cussler, é o quinto da série das aventuras marítimas de Dirk Pitt. Desta vez, o navio de cruzeiro Emerald Dolphin pega fogo e afunda. Um mistério. Dirk Pitt vai ao local do naufrágio para resgatar cerca de 2 mil passageiros e iniciar as investigações sobre a tragédia.

Mas o que este livro tem a ver com Júlio Verne?, perguntam os nossos visitantes.
Bem, sem querer desvendar muito a história, o tal monstro, denominado o "terror nos mares", que destrói os navios em alto mar faz lembrar muito o nosso conhecido Nautilus.
Os personagens, pensando que talvez o Capitão Nemo e o seu submarino tenham mesmo existido, decidem então pesquisar sobre ele e o seu "suposto criador", J. Verne.

Uma excelente aventura que passa por diversas cidades, inclusive, a cidade onde o autor viveu de 1872 até à sua morte em 1905, Amiens (França).

Uma aventura a não perder...

No Brasil já se encontra à venda mas em Portugal, e depois de ter confirmado com o editor, só no próximo ano aparecerá nas livrarias.

sábado, 9 de agosto de 2008

Crítica 'Paris no Século XX (1863)'

Por volta de 1860 Júlio Verne escreveu um romance, ou, mais precisamente, uma novela, intitulada Paris no Século XX, que ficou inédita até há pouco tempo atrás, quando o manuscrito foi localizado num velho cofre da família.
Bem verdade que o título do livro estava catalogado desde a morte do autor, em 1905, quando seu filho Michel Verne fez publicar na imprensa a lista de obras inéditas deixadas pelo pai.

Supunha-se, inclusive, que esta obra não tivesse passado de um projeto não escrito, apenas idealizado; mas em 1986 os herdeiros do editor de Júlio Verne encontraram o rascunho de uma carta onde este informava ao escritor a decisão de não publicar Paris no Século XX. Hetzel foi o único editor parisiense que aceitou publicar Cinco semanas em um balão, vislumbrando o interesse que a obra despertaria. Assim, Júlio Verne enviou para ele os originais deste seu livro anterior, sem conseguir êxito.

Paris no Século XX é, uma obra sem a força de outros livros do autor, talvez pelo fato de se tratar de uma experiência literária da juventude. Se nas cem primeiras páginas do livro ele consegue estabelecer um panorama premonitório do ambiente cultural do século XX, a narrativa não logra manter aceso o interesse do leitor por estes fatos. Bem verdade que Verne tenta fascinar aos seus contemporâneos com inventos fantásticos, mas ele se debruça principalmente sobre as preferências intelectuais do Século XX.

O livro mostra uma cidade gerenciada por máquinas que fazem cálculos sozinhas, onde os homens podem se comunicar entre si e fechar contratos de negócios a milhares de quilômetros de distância.
Os navegantes da Internet e Bill Gates não imaginariam coisas mais assombrosas para a época. O navio Leviatã IV é um colosso tecnológico, onde se vive como numa cidade: além do conforto, seu imenso convés contém alamedas gramadas e arborizadas, onde damas e cavalheiros passeiam ao entardecer. Os trens urbanos, movidos a ar, deslizam em velocidades fabulosas sobre pontes que parecem sobrevoar a cidade.

Mas a invenção de Júlio Verne não é um desvario dos sentidos. O autor fica atento aos avanços da ciência e da técnica para projetar a aplicação das descobertas à vida quotidiana. A chamada telegrafia fotográfica inventada por Casselli, no Século XIX, serviu para Verne descrever os negócios do século XX como sendo comandados através de máquinas que permitiam enviar "fac-símile de toda escrita, autógrafo ou desenho, e que se assinassem letras de câmbio ou contratos a cinco mil léguas de distância." A criação de motores é aproveitada por ele para imaginar carros, automovidos, transportando pessoas pelas ruas de Paris.
A propósito, vale transcrever o que diz Véronique Bedin, editora francesa deste livro de Júlio Verne: "Sua força vem precisamente de saber nunca jamais inventar, mas considerar o real com uma atenção aguda, quase hipnótica, até obrigá-lo a entregar seu segredo e revelar seus possíveis."

Em meio deste bazar de coisas surpreendentes Verne projeta o Século XX como um paraíso da tecnologia. As ciências humanas, as artes ou a literatura não mais encontram lugar numa época dominada pela eficiência das máquinas. Nas escolas, "apenas os estudos científicos causavam acumulo de candidatos aos exames". As engenharias suprem todas as necessidades imagináveis. As cadeiras de Letras são suprimidas na segunda metade do século XX e seus professores desempregados. Os jornais também suprimem as seções literárias e circulam apenas com relatórios de negócios. Ninguém mais lê os poetas e prosadores "pela inquestionável razão de que os escritores haviam ficado mais numerosos do que os leitores". Nas bibliotecas ninguém conhece autores como Victor Hugo ou Rabelais. Os novos poemas e romances têm como tema o átomo ou o cálculo estrutural.

Os costumes também não escapam à observação do autor, através dos seus personagens: "Meu filho, a França perdeu sua verdadeira superioridade; suas mulheres, no delicioso século de Luiz XV, haviam afeminado os homens; de lá para cá passaram para o gênero masculino e já não valem o olhar de um artista nem a atenção de um amante!"
Mesmo com todo este arsenal de projeções e revelações de uma realidade ainda por vir, Júlio Verne faz com que este seu livro resvale para o lugar comum dos romances românticos. Não esqueçamos que o homem romântico exprime sua inadequação ao mundo fugindo para outros mundos. Por isso, talvez, a projeção de uma realidade futura vise apenas mascarar a impossibilidade de conviver com a vida real e concreta. Assim é que Michel, o protagonista de Paris no Século XX, é um jovem que nasceu tarde demais. Ele sentia saudades do século XIX, que não conheceu, e dos valores e costumes não mais existentes.

Os últimos capítulos do livro se ocupam dos sofrimentos e da decadência de um jovem privado do convívio dos outros homens e do amor da sua sonhada Lucy. O impotente arrebatamento do herói conduz à morte, encontrada numa noite de frio, por entre os túmulos do cemitério.
Para um livro que começa vislumbrando o admirável mundo novo, o fim não passa do lugar comum das narrativas sentimentais do Romantismo mais popularesco. Mas, por entre o amontoado de suspiros e ais românticos, o leitor encontra o encanto – e o enlevo – da imaginação de Júlio Verne.


Crítica escrita por Cid Seixas, autor do blog homónimo, e cedida gentilmente para o blog JVernePt.

Se pretender comentar esta crítica faça-o aqui. Caso pretenda comentar a obra use a secção correspondente. Qualquer pessoa pode escrever uma crítica para qualquer obra. Para isso leia o tópico 'Críticas das obras'.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Visita ao Farol... de Leça

Com Júlio Verne já visitei locais e fiz algumas Viagens Extraordinárias que, se não fosse o escritor francês, jamais as teria concretizado.
Não estou a falar das suas belas viagens nos seus livros mas sim de viagens que, de certa forma, repetem essas mesmas que deram origem às suas 64 obras.



Graças a ele, já concretizei o sonho de: viajar de balão como um verdadeiro Prof. Fergusson na descoberta da nascente do rio Nilo, visitar a baía de Vigo como o Capitão Nemo e recuperar o tesouro dos Galeões afundados afim de ajudar os povos do planeta na sua luta pela liberdade, e até, para mim a melhor viagem, visitar o museu e o próprio autor na sua ultima casa no Cimetiere de la Madeleine.

Agora, e apesar de já estar marcada uma viagem ao centro da Terra (e não estou a falar do filme que estreia dia 28), foi a vez de ser o guardião Vasquez e visitar o Farol do Fim do Mundo.
É claro que não se trata do farol da Terra do Fogo na Isla de los Estados mas sim do Farol de Leça da Palmeira, ou Farol da Boa-Nova, o 2º maior farol de Portugal!



Depois de ter lido a obra de 1905, uma das ultimas escritas pelo escritor francês, senti uma enorme vontade de visitar um farol algo que até então não tinha qualquer interesse.
É isso que adoro em Verne, pois ele é capaz de nos abrir os olhos para a beleza que estes locais e viagens nos proporcionam e que dantes nos passavam completamente despercebidos.

Marquei a minha visita pelo sítio da Ciência Viva (e obrigado a eles por me terem dado essa oportunidade) e pelas 18h do dia ontem lá estava para o início de mais uma Viagem Extraordinária.

Começamos esta magnífica visita por uma breve explicação do que consiste um farol e qual a sua utilidade. Muito resumidamente, e utilizando as palavras do senhor faroleiro (perdoem-me mas desconheço o seu nome e patente) um farol assinala a nossa posição. "Por exemplo, numa viagem do norte para o sul do país precisamos de placas na estrada para sabermos se passamos determinadas localidades afim de sabermos se o nosso destino está longe ou perto. O farol tem essa mesma função. Um barco que percorra paralelamente a costa portuguesa tem de saber onde se encontra. Essa localização pode adquirida apenas por olhar para o farol durante o dia e consultar o livro dos faróis para saber qual se trata, ou à noite, vendo o seu sinal luminoso que (e esta não sabia) o distingue de todos os outros por produzir três lampejos luminosos de 14 em 14 segundos (esta ultima informação dita mais tarde no próprio farol)."

Aqui fica a sua breve história:
«Em 1866 foi reconhecido da necessidade de um farol em Leça dada as dificuldades de naufrágio ocorridos na então denominada "costa negra". Em 1925 procedeu-se à encomenda de um grande aparelho de rotação onde a fonte luminosa era de incandescência pelo vapor do petróleo. O Farol de Leça entrou em funcionamento em 15 de Dezembro de 1926 e 24 anos mais tarde, em 1950, seria dotado de um ascensor para acesso à lanterna. Tem uma altura de 46 metros e a sua luz, foto voltaica, de cor branca, alcança aproximadamente 28 milhas náuticas (52 quilómetros)

Chegou a altura de, pela primeira vez, subir os tais 46 metros. Felizmente que havia o ascensor...
Mas não seria para mim mas sim para o senhor faroleiro que o encontraria lá em cima depois de subir os cansativos 213 degraus!



Aí foi-nos explicado as características da lâmpada e do sinal luminoso que o distingue dos outros faróis, algo já dito anteriormente e após algumas perguntas, o sr. Faroleiro teve a ideia de ligar
a lampada e de nos esturricar.
Pensei eu que seria isso que nos ia acontecer visto o alcance de 52 quilómetros desta. Mas não, pois os espelhos do aparelho de rotação de 3º ordem que origina os tais 3 lampejos luminosos, refracta os raios de luz vindo da lâmpada numa única direcção mas apenas após 10 metros e aí sim, se tivéssemos a essa distância ficaríamos no mínimo cegos.



A visita estava a terminar mas ainda tivemos a oportunidade de sair para uma varanda e contemplar a vista não só da cidade como do belo mar. Pela primeira vez presenciei um vento que quase me proibia de andar. Foi incrível!





E recomendo que façam esta visita! Não percam esta oportunidade agora no Verão!

domingo, 3 de agosto de 2008

50 anos - Nautilus no Pólo Norte

Neste dia, em 1958, o submarino atómico USS Nautilus atingiu o Polo Norte geográfico, navegando sob a calote de gelo que cobre o Oceano Árctico.

Comandado pelo Capitão W. R. Anderson, largou de Pearl Harbor no Pacífico, atravessou o Estreito de Bering para o Atlântico, e finalmente chegou ao Polo, às 23H15 PM. Esta era a terceira tentativa, depois de duas tentativas falhadas. Em 1957, a missão foi interrompida por avaria nos aparelhos de navegação e, em 1958, não conseguiu passar no Estreito de Bering devido à enorme quantidade de gelo aí existente.
Em 3 de Agosto desse ano, navegou com sucesso até ao Pólo, embora não tivesse podido emergir nos 90 graus de Latitude. Prosseguiu então a viagem submarina, de 2.945 quilómetros, até conseguir fazê-lo no Mar da Gronelândia.
Para ter ideia das dificuldades da missão, recordo que na segunda tentativa falhada a espessura do gelo no Estreito de Bering tinha 18 metros abaixo do nível do mar e não deixava espaço para o submarino passar entre ele e o fundo.

Depois do Nautilus, outros navegaram por baixo do gelo Árctico e fizeram viagens semelhantes.
A título de curiosidade, acrescente-se que, em 4 de Fevereiro de 1957, o Nautilus atingiu a soma total de 60.000 milhas náuticas submerso, tornando realidade a proeza do seu homónimo criado por Júlio Verne no romance “Vinte Mil Léguas Submarinas”.
Na qualidade de primeiro submersível propulsionado a energia nuclear, foi poupado ao abate e encontra-se no US Navy Submarine Force, em Groton, onde recebe cerca de 250.000 visitantes anualmente.

Fonte: O Canto do Cirne