terça-feira, 6 de novembro de 2007

Mais um sonho concretizado...

Num post anterior referi que não iria desistir de tentar concretizar um sonho meu, viajar de balão.

Apesar da minha pouca esperança, fui no passado domingo, novamente ao Palácio de Cristal afim de realizar a tal viagem. Ao contrário do que estava à espera, fui surpreendido com o balão, ainda que vazio, estendido no chão. Fiquei naturalmente feliz de o ver pois haveria a hipótese de nesse dia realizar a viagem. No entanto, notei vento o que, para quem desconhece, torna estas viagens impossíveis de se fazer. Comuniquei a minha vontade ao responsável o qual, além de me ter confirmado a viagem, me disse que seria o primeiro a levantar voo. Depois de ter visitado este local várias vezes durante a semana, bem que merecia ser a “cobaia”.


Após esperar que o vento diminuísse, chegava o momento de encher o aeróstato. Com a ajuda de uma ventoinha (com certeza haverá algum nome técnico mas desconheço), começou-se a encher o balão com 3.000 m³ de ar. Aos poucos começamos a ver a sua forma, mas seria necessário aquecer o ar (ar quente é mais leve que o ar frio) com uma chama controlada. Assim se fez e o balão ascendeu ligeiramente levando consigo o respectivo cesto colocando-o na vertical. Este enchimento, nunca presenciado por mim, foi também assistido por um vasto público atento e silencioso.

Agora pronto para a viagem, procedeu-se à chamada do viajante nº1, eu próprio! Já dentro do cesto do aeróstato, tive uma melhor visão da imensa assistência que se fazia sentir no local agora a observarem-me. Logicamente não demonstrei o receio e o nervosismo que sentia naquele instante.

Estava pronto para levantar voo e olhando mais uma vez para a plateia, sorri. Esta situação fez-me pensar quão de semelhante terá sido a partida do Prof. Fergusson, em Cinco Semanas em balão, para o centro de África apesar de eu jamais sair daquela latitude/longitude.

Após se ter “dado” um pouco de chama senti-me subir. Estava a voar! O sonho estava-se a concretizar! Fui subindo e, olhando para baixo, via o “meu público” cada vez de menor tamanho. Olhei em frente... Que vista! Vi o rio que reflectia os raios de sol, vi a ponte de Arrábida, vi a torre dos Clérigos,... que maravilha! Estava a concretizar um sonho e ainda por cima na minha cidade! Não podia pedir mais! Estava feliz!

Como me sentia bem lá em cima, que paz, que silêncio! Porém, estes momentos eram interrompidos pela chama controlada que, para além de nos manter naquela altitude (ou subir consoante os casos), nos contemplava com um imenso calor sendo quase impossível olhar naquele momento para o interior do balão. Estive a contemplar a cidade mais de 15 minutos tendo sido, por duas situações, obrigado a diminuir a altitude devido ao aumento da velocidade das correntes de vento que por vezes se fazia sentir. Mas estava a ser uma experiência fantástica que muito dificilmente iria repetir, muito menos na minha cidade!


Demos início à descida. A minha viagem estava a terminar, porém, ainda pude dar um ultimo olhar lá do alto à minha cidade onde nasci. Quase a atingir o solo, o vento fez-nos uma partida o que nos levou a fazer uma aterragem um pouco brusca levando à inclinação do cesto. Felizmente a consequência foi nula pois estava agarrado a um dos braços do balão. Algo me tinha dito (talvez o meu nervosismo agora patente) que seria o melhor a fazer antes de pousar.

Rapidamente o cesto adquiriu a sua posição normal e foi-me possível sair em segurança. Não sei se é do conhecimento geral mas os cestos dos balões pequenos (os dos maiores não sei) não têm qualquer porta sendo o seu acesso relativamente difícil para quem tem pouca agilidade. Poderão ver na foto a minha dificuldade.

Já no exterior, contemplei outra vez o meu último meio de transporte e pensei em algo curioso. Verne apesar de ter incluído este meio de transporte em várias obras (A Ilha Misteriosa, Cinco semanas em balão, etc... mas não em A Volta ao Mundo em 80 dias como muita gente pensa devido aos filmes que o incluem) só posteriormente teve a oportunidade, também na sua cidade, de experimentar tal meio de transporte.

Há bastante tempo que pensava em ter esta experiência porém estas viagens só ocorrem em planícies e sem vento sendo o local mais apropriado a zona do Alentejo. E por isso era bastante improvável que algo acontecesse no norte do País, muito menos numa cidade. Mas, inexplicavelmente aconteceu, e pude ser por breves momentos uma personagem de Verne na sua obra Cinco semanas em balão. Teria Verne em conjunto com o meu avô sabido deste meu desejo e me ajudado a concretizar mais um sonho meu e ainda mais neste local? Não sei, talvez!

Bem haja a todos que leram este post!

Fica para breve uma viagem num submarino, que dizem? Ehehehe!

1 comentário:

Anónimo disse...

Fique emocionada com a leitura deste post, pois conseguiste descrever em palavras o sentimento de alegria que tinhas na tua viagem de balao.Fui uma ou duas vezes contigo ao Palacio de Cristal para ter ver andar de balão, mas quando eu fui essa viagem nao se pode realizar devido às condiçoes climatericas. Gostava de ter estado presente neste momnento de alegria, mas nao me foi possivel. Mas o mais importante é que conseguiste realizar mais um sonho, tão especial para ti.Depois de teres feito esta curta mas importante experiência, estiveste comigo e contaste-ma ao contares ainda se notava a felicidade nos teus olhos e alegria com que contavas. Fico muito feliz por ti:)
Em relação à viagem num submarino (relativamente ao livro "20000 leguas submarinas)nessa eu vou contigo lol. ehehehe bjx