terça-feira, 25 de março de 2008

Lula gigante é exibida em Museu de Paris

A primeira lula gigante a tornar-se peça de museu enriquecerá a colecção da Grande Galeria da Evolução do Museu Nacional de História Natural de Paris, graças a uma técnica de conservação inédita.

A bela "Wheke", nome dado a esta fêmea do molusco gigante (Architheuthis sanctipauli), apresentada nesta terça-feira à imprensa, mantém todas as suas formas e cor, assim como era no momento em que foi pescada, em Janeiro de 2000, no litoral da Nova Zelândia.
Antes da realização de um processo de "plastinação", era impossível apresentar estes cefalópodes fora de um recipiente cheio de álcool ou de formol.
"De acordo com o exame dos seus estatolitos (os ossos do ouvido), trata-se de uma fêmea adulta, com idade entre um ano e meio e quatro anos. O animal media por volta de nove metros e pesava 84 quilos. Infelizmente, é normal que tenha diminuído durante a plastinação", indicou o biólogo do museu Bernard Métivier.
Com isso, Wheke perdeu 2,5 metros de seu tamanho original. Na imensa Grande Galeria, ela parece bem modesta apesar dos seus seis metros e meio de comprimento, da nadadeira caudal à extremidade dos seus tentáculos.
"Não é normal que não haja nenhuma lula gigante no país de Júlio Verne", disse o biólogo neo-zelandês Steeve O'Shea referindo-se ao principal animal do romance "Vinte Mil Léguas Submarinas".
A oportunidade surgiu no dia 27 de Janeiro de 2000, quando uma rede trouxe o animal capturado a 615 metros de profundidade. O cefalópode foi baptizado Wheke, nome da lula gigante de uma lenda maori (Te Wheke o Murangi) que teria sido perseguída pelo pescador polinésio que descobriu Aotearoa, a "Terra da longa nuvem branca", actual Nova Zelândia.
Para o museu, estava fora de questão "desvalorizar" o precioso animal colocando-o num recipiente. O animal foi então entregue ao laboratório italiano VisDocta Research, situado em Tignale, na beira do lago de Garde, entre Veneza e Milão.
Wheke passou dois anos e meio na Itália para uma plastinação, processo que consiste em "desidratar" o animal a baixas temperaturas para substituir todo o seu líquido (formol, álcool, água) por uma resina endurecedora. Depois ela foi pigmentada para apresentar uma cor mais próxima possível da de uma lula viva. Custo da operação: 65.000 euros.
O resultado é espantoso. O pequeno gigante das profundezas marinhas ganhou muitos admiradores, dado o grande número de visitantes da Grande Galeria: mais de 125.000 entre Janeiro e Fevereiro, 54% a mais em relação ao mesmo período do ano passado.

FONTE: AFP

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