A ideia é traçar um paralelo entre a morte do Capitão Nemo e o desaparecimento da colecção de arte que se afundou com o submarino «Nautilus», que ele comandava, e «o funeral do modo de apresentação das obras de arte», explicou o artista à Lusa.
«Com o advento das novas tecnologias, a questão que coloco», diz Rodrigo Vilhena, «é se vale a pena expor obras de arte quando elas podem ser apresentadas em suporte digital».
Para expor essa ideia, o artista apropriou-se de vários quadros, entre pinturas, desenhos e colagens pertencentes ao acervo da galeria, como se escolhesse uma colecção, e fotografou-as para as projectar como «screensaver» num monitor emoldurado.
É assim que a exposição é constituída por 53 obras, de artistas portugueses modernos e contemporâneos, expostas nas paredes da galeria e por um monitor de 17 polegadas onde imagens dessas obras aparecem sucessivamente.
O «screensaver» vai passando as imagens das obras ao som da música de Gustav Mahler (1860-1911), Adagietto.
O público poderá aceder gratuitamente à colecção no site www.ogabinetedodrr.net e fazer o download do sreensaver, mas só no sábado, dia da inauguração.
No convite para a exposição, Rodrigo Vilhena agradece aos autores das obras expostas e fotografadas «terem acompanhado o Capitão Nemo até à sua última morada ou terem, de qualquer forma, manifestado o seu pesar».
Nascido em 1968, em Lisboa, Rodrigo Vilhena define-se como «um artista-comissário independente», um «mestre na arte de pensar contra si próprio» que viajou por «inimagináveis terras vazias» até se tornar um «outsider no mundo».
Mestre em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, licenciou-se em Artes Plásticas pela Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha e foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.
Nos anos 90 colaborou e organizou várias exposições alternativas entre Caldas da Rainha e Lisboa. Mais recentemente, a sua prática artística tem vindo a implicar um processo curatorial.
A colecção do "CAPITÃO NEMO” estará patente na Galeria de São Bento (Lisboa) de 19.01.08 a 19.02.08.
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Em “As Vinte Mil Léguas Submarinas” 1870.
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