Há cerca de ano e meio atrás, se alguém me dissesse que eu iria realizar um trabalho de investigação sobre a presença de Jules Verne em Portugal e a história da sua edição portuguesa, jamais poderia acreditar. Por diversas razões: porque era um tipo de trabalho que estava completamente fora da minha área e, sobretudo, dos meus interesses de investigação, porque não sou especialista em Jules Verne e, muito menos, em história do livro e da edição em Portugal e porque tinha (e tenho) outro projecto vocacionado para outros horizontes.
Razões e desrazões à parte, em Abril de 2022, por sugestão de um amigo Verniano e sem esperar publicar fosse o que fosse sobre o tema, comecei a pesquisar por curiosidade a edição portuguesa de Verne, da qual resultou um artigo publicado em inglês, em Julho, na revista Verniana, a principal publicação internacional de referência no que a Jules Verne diz respeito. Nascia assim a primeira versão de "Once upon a Time in Lisbon: The Extradordinary Editorial Voyages of Lusitânia Verne".
Alguns meses mais tarde, outras (importantes) novidades surgiram e foi necessário acrescentar uma espécie de errata ao artigo original que foi publicada esta semana na mesma revista. Mas esta história não acabou aqui...
Alguns meses mais tarde depois dos primeiros meses mais tarde, fui convidado para escrever um livro sobre Jules Verne e Portugal, o que me permitiu (dizendo melhor, obrigou e ainda bem que assim foi) a fazer novas investigações que, agora sim, deram por encerrado o tema. O livro está terminado e será publicado, assim espero, ainda durante este ano.
Para quem tiver interesse em ler em inglês o resultado (provisório) do meu trabalho, acima ficam os links da revista Verniana. A história completa de Jules Verne e Portugal estará disponível brevemente em língua portuguesa.
2 comentários:
Bom dia. Parabéns pelo interessantíssimo trabalho. Tenho uma curiosidade relativamente às viagens de Júlio Verne a Portugal. No artigo da Verniana refere que ele esteve com Pinheiro Chagas, Ramalho Ortigão e Bordalo Pinheiro, e eu gostaria de saber se também teria conhecido Urbano de Castro nessa mesma altura. Pergunto isto porque Urbano de Castro traduziu pelo menos a obra Kéraban, o Cabeçudo, em dois volumes, se não estou em erro por volta de 1881 (tenho uma ou duas versões em casa), e estou interessado em saber se se teriam conhecido quando Verne visitou Lisboa, podendo ter estado até no mesmo jantar que os anteriores (Urbano de Castro era sócio e intímo de Pinheiro Chagas, e igualmente intímo de Bordalo Pinheiro). Algumas achegas? Obrigado.
Bom dia Nuno, muito obrigado pelo comentário. Que eu tenha conhecimento, Urbano de Castro não é mencionado entre as personalidades portuguesas que estiveram com Verne em 1884. Apesar de ter sido nesses anos (1883-1884) que Castro traduziu Keraban para a editora de David Corazzi, o seu nome não é mencionado na imprensa da época. Espero ter sido útil. Cumprimentos. Bruno
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