Os 14 minutos de Viagem à Lua, lançado em 1902, são considerados o ápice desse trabalho. A adaptação da obra Da Terra à Lua (1965) de Júlio Verne e da O primeiro homem na Lua (1901) de H.G. Wells, foi filmada num estúdio caseiro no subúrbio de Paris, com ajuda de cenários fantasiosos e uma trabalhosa edição posterior. Nascia assim um dos grandes ícones visuais do século XX, com o projétil a atingir um olho da Lua.
A restauração massiva, avaliada em cerca de US$ 660 mil, foi iniciada em 1993 quando foi achada uma cópia rara e pintada a mão da película em Barcelona. Em 1999, a Lobster Films começou a digitalizá-lo quadro a quadro, num processo que durou mais de dez anos (e 13 mil quadros) para ser finalizado. A nova versão, inteiramente colorida, estreará mais de um século após o lançamento da original.
A expectativa é que o filme excursione por diversos festivais após Cannes e seja lançado em home-video em seguida.
Deixo-vos a sua versão original e não restaurada que se encontra em domínio público:
Sinopse:
Tanto o livro quanto o filme narram a história um grupo de cinco astrónomos que viajam à Lua numa cápsula lançada por um canhão gigante, onde são capturados pelos selenitas. Contudo, conseguem escapar e retornam salvos à Terra (se não viu o filme e a descrição lhe parece familiar, é provável que tenha visto o videoclip da música "Tonight, Tonight", dos Smashing Pumpkins, que recria algumas destas cenas).
A película inclui inúmeras experiências arrojadas com algumas das mais famosas técnicas cinematográficas como a sobreposição, fusão e a exposição múltipla de imagens.
Curiosidades sobre o filme:
-Georges Méliès não se absteve ainda de dar à narrativa uns toques subtis de comentário social – atente-se no fumo que sai das chaminés das fábricas, numa crítica aos efeitos nefastos da revolução industrial.
-Foi escolhido um dos cem melhores filmes do século XX no ranking da The Village Voice, ocupando a posição de número 84.
-É o filme mais velho presente na lista do livro "1001 filmes para ver antes de morrer", de Steven Jay Schneider.
-Méliès tinha a intenção de lançar seu filme nos Estados Unidos com a ideia de lucrar com isso. Entretanto, técnicos dos filmes de Thomas Edison secretamente fizeram cópias e o distribuíram por todo o país. Enquanto o filme era muito bem sucedido, Méliès finalmente foi à falência.
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Os Air decidiram “musicar” o filme “Le Voyage dans la Lune” realizado há 111 anos por um dos maiores pioneiros da Sétima Arte. O grupo francês é responsável pela banda sonora desta versão restaurada que agora é disponibilizada em domínio público.
2 comentários:
É um filmaço.
Méliès foi, sem dúvida, um dos gênios dos primeiros anos do Cinema.
Grande genio!
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