Como já foi falado aqui no blog, brevemente irá ser lançado para o espaço o cargueiro “Jules Verne”, nome dado como homenagem ao escritor francês. Irá ser o primeiro de vários veículos do género que a Agência Espacial Europeia (ESA) quer operar para manter a Estação Espacial Internacional abastecida de homens e materiais até ao fim da sua vida operacional.
A sua carga já está a ser preparada e para além de comida leva vários items, alguns deles relacionados com o autor de forma a homenagear mais uma vez o escritor. São eles um fantástico e luxuoso livro do séc. XIX 'De la Terre à la Lune' (Da Terra à Lua) e dois manuscritos originais do autor sobre o espaço e a astronomia. Os manuscritos foram especialmente emprestados pela biblioteca de Amiens, cidade onde Verne viveu e morreu em 1905.
Em baixo poderão ver as fotos tanto do livro como dos manuscritos. Cliquem nelas para aumentar:
Mais informações em ESA.
3 comentários:
Fantástica e merecida homenagem.
Verne nos levou numa viagem à Lua com tão exatidão de detalhes, que sua obra tornou-se profética, acertando dezenas de detalhes sobre a real jornada da Apolo 11, como bem sabemos: números e cálculos astronáuticos e de carga, a quantidade de astronautas, o tamanho da cápsula, o local de partida e até o de retorno do bólido tripulado.
A Agência Espacial Européia já havia homenageado Verne dando a um de seus satélites artificiais de comunicação o nome do nosso autor favorito. Agora essa notícia espetacular - ainda mais envolvendo, na carga a ser destinada ao espaço, obras vernianas, incluindo dois de seus manuscritos ... é como se ele estivesse lá, realizando a viagem por ele sonhada.
Parabéns aos europeus por manterem viva a memória deste extraordinário gênio da Literatura, que em 2008, é bom lembrar, completará 180 anos de nascimento.
caros amigos...
gostaria que me tirassem uma duvidaa...
a primeira historia contada a respeito da viajem do homem a lua
foi realmente de Jules Verne?!?
ou alguem antes dele jah havia escrioto algo sobre!?!
se puderem me ajudar fico muito gratoo!!
Caro amigo, a primeira viagem à Lua que se conhece na história escrita foi a do satirista Luciano de Samosata, do século 2º. Este começa sua "História Verdadeira" com uma advertência de que é tudo mentira. Ele passa a descrever a navegação em um barco que é carregado até a Lua por uma enorme tromba d'água. Encontra-a habitada por homens que cavalgam abutres de três cabeças e moscas gigantes, e estão em guerra com os habitantes do Sol.
No século 16, o poema épico de Ariosto "Orlando Furioso" representa a Lua como o repositório de todas as coisas fora de lugar na Terra. O cavaleiro Astolfo aventura-se até lá em uma carruagem puxada por quatro cavalos mágicos, em busca das ideias perdidas do louco Orlando.
O desenvolvimento do telescópio no século 17 provocou muita especulação sobre o satélite e seus possíveis habitantes. Houve até uma primeira corrida espacial, pelo menos no papel, quando patriotas ingleses exortaram seus conterrâneos a colonizar a Lua antes que outras nações o fizessem.
O astrônomo Johannes Kepler escreveu suas especulações lunares como ficção. Em "Somnium" (Sonho), publicado postumamente em 1634, um jovem é carregado por demônios da Lua. As descrições de Kepler de uma superfície lunar árida são bastante precisas, mesmo que ele a povoe com cobras gigantes e outras criaturas.
Domingo Gonsales (na verdade Francis Godwin, bispo de Hereford) voou para a Lua em uma cadeira puxada por gansos no livro de sucesso no século 17 "The Man in the Moone" (O Homem na Lua). Ele descobre que ela é "outra terra", povoada por gigantes.
Em sua sátira "Viagens à Lua e ao Sol", o poeta e satirista Cyrano de Bergerac tenta primeiro um voo lunar carregado por frascos de neblina ascendente, mas só chega até o Canadá. Mais tarde ele consegue atingir o seu destino impulsionado em parte do caminho por foguetes, um dispositivo que parece ter ocorrido a pouquíssimos escritores antes do século 20.
No século 18, o barão Hieronymus Karl Friedrich von Munchausen contou tais histórias sobre si mesmo que outros aderiram, transformando-o em ficção durante sua própria vida. Eles o fizeram viajar para a Lua uma vez com um pé de feijão gigante e outra em um navio voador carregado, como o de Luciano, por uma tempestade. Lá ele conhece o rei com uma cabeça destacável -representado por Robin Williams no filme de Terry Gilliam "As Aventuras do Barão Munchausen", de 1988.
Foi uma série de artigos que contavam as observações lunares de um verdadeiro astrônomo britânico, John Herschel, cujo telescópio gigante supostamente lhe trazia imagens de bisões peludos, bodes de um só chifre e o "Vespertilio-homo, ou homem-morcego". O autor anônimo, um jornalista chamado Richard Adams Locke, misturou com tal habilidade o científico e o fantástico que muitos leitores acreditaram. Herschel, cujo observatório ficava na África do Sul, não gostou da brincadeira.
"Houve um tremendo interesse por astronomia naquele ano porque o cometa Halley, que fora visto pela última vez em 1759, estava a caminho naquele outono", disse Goodman.
Um leitor aborrecido com a piada de Locke, acrescentou Goodman, foi Edgar Allan Poe. Naquele mesmo verão o "The Southern Literary Messenger" publicou a fraude lunar de Poe, "The Unparalleled Adventure of One Hans Pfaall" (A Aventura sem Paralelos de um Certo Hans Pfaall), que não chamou muito a atenção.
Em 1844, fraudes sobre a Lua eram tão comuns que o "Messenger" fez uma paródia, "Lembranças da Viagem de Seis Dias na Lua por um Homem Aeronáutico". O narrador conta que flutuou até a Lua usando "uma nova e até então desconhecida ciência chamada aerotismo, ou a faculdade de autossuspensão no ar".
Depois vem o romance de Júlio Verne "Da Terra à Lua" (1865) onde três aventureiros voam para a Lua em um projétil disparado por um canhão gigante.
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