Após 12 meses de trabalhos de reforma, polémicos porque a mansão permaneceu fechada durante os actos de comemoração do centenário da morte do escritor, a direcção da casa-museu recorreu a um conhecido desenhista belga de história em quadrinhos, François Schuiten, para modelar o 'universo de Verne' na casa.
Schuiten optou por recriar ao mesmo tempo a casa burguesa do século XIX na qual Verne assinou 34 obras e também seu mundo fantástico, com lanternas mágicas, marionetes de personagens e maquetes das máquinas voadoras de seus livros.
O passeio pelos diferentes andares da casa vai da realidade cotidiana ao imaginário do escritor, do interior burguês de quartos pouco iluminados à desordem do sótão, passando pelo gabinete de trabalho e a cabine de comando de um barco, nos andares superiores.
"Uma casa de escritor não é um museu. É preciso dar-lhe vida, como se ainda estivesse habitada", explicou outro autor da reforma, o cenógrafo Yves Marechal.
Schuiten pintou um grande mural de 180 metros para representar a curva do globo terrestre sobre um fundo de raios solares e, para coroar a torre da casa, desenhou uma esfera armilar, instrumento astronómico composto de aros com um pequeno globo no centro que representa a Terra.
No âmbito dos conteúdos, 95% da colecção da antiga residência de Verne, ou seja, umas 700 peças, procedem dos fundos de um coleccionador apaixonado, o italiano Pierro Gondolo Della Riva.
Há seis anos, a compra, por 4 milhões de euros, de cerca de 30 mil manuscritos, cartas, desenhos, gravuras, livros, fotografias, móveis e peças da baixela do autor de "Viagem ao centro da Terra" que Gondolo Della Riva possuía, permitiu à Prefeitura de Amiens lançar este projecto.
Os responsáveis da casa-museu, que investiram 3 milhões de euros em sua reforma, esperam receber 30 mil visitas anuais, três vezes mais que antes de seu fecho.
Aqui fica o vídeo da sua remodelação:
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