domingo, 29 de dezembro de 2013

J. Verne é o segundo escritor mais popular do Mundo

Desde 1932, a UNESCO tem mantido um arquivo chamado Index Translationum. Trata-se de uma bibliografia internacional de traduções que traduz a lista da quantidade dos livros de todo o mundo que foram alvos de tradução por autor.

Na última contagem pela UNESCO, J. Verne encontra-se na 2ª posição do número de traduções publicadas em todo o mundo, ultrapassado apenas por Agatha Christie.

Em muitos países, Verne é o escritor número 1 em traduções publicadas como é o caso de Chile, Grécia e Espanha. Na China, como noutros países, encontra-se entre o 2º e 3º lugares.

Fonte: io9.com

domingo, 8 de dezembro de 2013

Filme 'As Atribulações dum Chinês na China' é lançado em Portugal

Acaba de ser lançado em Portugal, o DVD do filme 'As Atribulações dum Chinês na China' (1965) baseado na obra homónina de J. Verne.
É realizado por Philippe de Broca com participações de Jean-Paul Belmondo e Ursula Andress.

Sinopse: Um milionário com uma vida aborrecida e com falta de emoções, decide suicidar-se. Depois de várias tentativas falhadas, organiza uma viagem a Hong-Kong, onde contrata uns assassinos profissionais e subscreve um seguro em benefício dos seus amigos. Depois vai querer voltar atrás, mas a ordem da sua morte já está dada.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Restaurante da Torre Eiffel terá menu de 550 euros inspirado em Júlio Verne

O chef francês Alain Ducasse criou um menu degustação especial de nove etapas para comemorar o 30º aniversário do restaurante Le Jules Vernes, localizado dentro da Torre Eiffel. No dia 30 de janeiro de 2014, uma quinta-feira, o lugar irá hospedar o jantar de aniversário que levará os convidados a uma viagem gastronômica pelos trabalhos literários do escritor Júlio Verne.


Uma entrada com ouriço-do-mar, por exemplo, será harmonizada com um Dom Perignon 1996 para evocar "Vinte Mil Léguas Submarinas".
Um prato de vieiras, couve-flor, caviar dourado e geleia será servido para representar "A Ilha Misteriosa", enquanto "Norte contra Sul" será citado usando queijo Brie trufado de Meaux, servido com salada de ervas.
O restaurante fica no segundo andar da icônica torre, a 125 metros acima do chão. Para reservas, escreva para: reservation.jv@lejulesverne-paris.com. O jantar sai a 550 euros por pessoa. O restaurante comemora o 30º aniversário no mesmo ano em que a Torre Eiffel completa 125 anos.

Fonte: UOL Viagem

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Rota do Nautilus em '20.000 Léguas Submarinas'

Nilson Frederico, quando começou a ler 20.000 Léguas Submarinas, procurou um mapa da trajetória do Náutilus. No entanto, os mapas que encontrou eram muito pobres e com péssima resolução. Depois de muito pesquisar, e de rever alguns trechos do livro, conseguiu fazer um mapa-mundo com a trajetória do submarino e do Abraham Lincoln para aqueles que desejarem acompanhar a leitura com o mapa.


Um agradecimento ao Nilson Frederico pelo envio da informação.

domingo, 24 de novembro de 2013

Vinte mil Léguas Submarinas... em versos (Atualizado)

Quando realizei pela primeira vez o trabalho de transformar em versos, uma obra do grande Julio Verne, fiquei feliz. E depois dele outros dois também acabaram sendo transformados na linguagem poética.
A Ilha Misteriosa e a Volta ao Mundo em 80 Dias ficaram satisfatórias pois fiz sem perder detalhes das obras. Já em 20.000 Léguas Submarinas, confiei na memória e muito da obra acabou ficando sem ser transcrita. Isso me incomodava pois a minha obra preferida era a que tinha ficado menos bem feita. Por isso, li e reli a obra, corrigi alguns versos que achei que não estavam bons e acrescentei muitos outros com os detalhes que passaram na primeira adaptação.

Roberto Dias Alvares

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Quando criamos o blog JVerne estávamos muito longe de pensar que se tornaria em algo de tanto sucesso. É com bastante agrado que regularmente lemos e respondemos às muitas mensagens dos nossos visitantes que nos questionam com dúvidas, que nos enviam notícias, desenhos, comentários de obras, etc... Porém, de todas as interessantes mensagens que recebemos, esta foi a que mais nos surpreendeu.

Há cerca de um mês, um dos nossos regulares visitantes, Roberto Alvares, do Paraná (Brasil), enviou-nos um email onde nos informava que se encontrava a elaborar o enredo de 20.000 Léguas Submarinas... em versos. Ficamos desde então bastante ansiosos pelo trabalho final.

Hoje recebemos a tão esperada notícia de que o verniano Roberto completara o seu enredo e num método de quadras em rima cruzada ou alternada em que o primeiro verso rima com o terceiro, e o segundo com o quarto.

O que apresentamos de seguida, é algo inédito no mundo verniano. Eu, pelo menos, nunca vi nada igual. Não estou com certeza a exagerar quando digo que o seu trabalho está BRILHANTE.

Em nome de todos os nossos visitantes, dou os parabéns ao nosso amigo e verniano Roberto pelo seu fantástico trabalho. Se ainda não leram a obra, agora não há desculpas!


Deixem as vossas avaliações.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

'20 000 Léguas Submarinas' ilustrada por Robert Dunn

A Girassol Edições (Portugal) editou uma coleção de clássicos originais escritos por autores conceituados e com ilustrações de Robert Dunn. Histórias que continuam a fascinar os mais novos e com uma lição de moral.

Um desses exemplares é 20 000 Léguas Submarinas:




Fonte: Girassol Edições

domingo, 10 de novembro de 2013

Edições jovens de 'A Volta ao Mundo em 80 Dias' e '20.000 Léguas Submarinas'

Histórias Fantásticas, da editora Caracter, pretende reunir nesta coleção uma seleção de histórias e contos de autores clássicos e contemporâneos, apreciados por todos, e novas histórias, ideais para aceder a um admirável mundo de magia e em que a imaginação e o sonho, estão sempre presentes.

Textos cativantes e ilustrações maravilhosas, visões de ilustradores mais jovens que nos transportam para atmosferas e aventuras, de personagens de autores como Júlio Verne, Alexandre Dumas, Herman Melville, Daniel Defoe, e outros.

Novos públicos, autores brilhantes e eternos, histórias sem tempo nem época, estas aparentes contradições conseguem nesta colecção, encontrar forma, pelo punho de uma nova geração de jovens talentos, de conseguir espanto e surpresa, entre públicos mais conhecedores e novos consumidores, em contacto com as obras editadas.

O número 1 e 2 desta coleção são 20.000 Léguas SubmarinasA Volta ao Mundo em 80 Dias, respetivamente, com ilustração de Jorge Ribeiro e Alice Azevedo e adaptação de José António.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Passeio pelo interior de um submarino

O HMS Ocelot reformou-se há mais de duas décadas. Mas mantém a escotilha aberta para os turistas verem por dentro um submarino dos anos 1960. Agora, nem sequer é preciso ir até ele.



Lançado em 1962, foi o último submarino a ser construído em Chatham para a Marinha Real britânica. Pertence à classe Oberon, diesel-eléctrico, e está equipado com oito tubos de torpedo, seis deles perfeitamente identificáveis na visita proporcionada pelo Google. A sala de controlo, as camaratas e as casas-de-banho são visitáveis.

Os corredores esguios e a parafernália electrónica que se encontra pelo caminho ajudam a dar uma noção do ambiente claustrofóbico e da complexidade técnica de uma embarcação deste tipo.

Quem encontra o tabuleiro com os bolos?

Fonte: Público.pt

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Transmissão radiofónica de 'Around the world in 80 days' por Orson Welles

Hoje é o aniversário da invasão alienígena de 1938!
As melhores dramático-transmissões radiofónicas dos anos 30 que adaptavam algumas obras literárias, estavam a cargo da estação The Mercury Theatre on the Air, da companhia nova-iorquina The Mercury Theatre fundada por Orson Welles e John Houseman.

Nestas transmissões, que ocorriam semanalmente, realçava-se a impressionante qualidade de talento radiofónico protagonizada por Agnes Moorehead, Bernard Herrmann e George Coulouris. Aliás, em 30 de Outubro de 1938, a adaptação radiofónica de A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, foi tão credível que milhares de pessoas, nos Estados Unidos, rezaram, choraram, fugiram espavoridas para as montanhas perante o avanço dos habitantes de Marte. Outros despediram-se dos parentes, pelo telefone, preveniram os vizinhos do perigo que se aproximava, procuraram notícias nos jornais ou noutras estações de rádio, pediram ambulâncias aos hospitais e automóveis à Polícia, enrolavam-se com toalhas para que o efeito do gás liberado pelos alienígenas não fosse fatal, etc...

Apesar de o programa não ser a principal atracção nas noites de domingo, este excesso de pânico deveu-se ao facto de os americanos da época já terem o hábito de girar o dial, o que levou a que muita gente apanhasse a transmissão já iniciada, depois da advertência de que se tratava de ficção.


A sua transmissão tornou-se um marco histórico e quase 75 anos depois ainda é referida quando se cita a obra de H. W. Wells e/ou Orson Welles que ficou conhecido após esta interpretação.
O que não se sabe é que a adaptação radiofónica que antecedeu a mais famosa transmissão da The Mercury Theatre on the Air foi a de Around the world in 80 days, de J. Verne.

Paulo Ferreira, do espaço Mistério Juvenil e Clássicos da Rádio, local onde poderá obter mais informações sobre a transmissão de A Guerra dos Mundos, enviou-nos essa informação juntamente com o link da transmissão original que poderá ser ouvida no site da The Mercury Theatre on the Air (link direto em mp3 - clique em cima do link com o botão do lado direito do rato e guarde o ficheiro).

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Marcos De Ros toca "Nautilus"

O músico brasileiro Marcos de Ros, sob direção do experiente Alex Milesi, gravou um videoclipe intimista para música “Nautilus”, que integra o novo álbum “SAF (Sociedade das Aventuras Fantásticas)”.
“A históra de Julio Verne ‘As 20.000 léguas submarinas’ se passa quase toda dentro do submarino Nautilius. Por isso o vídeo é todo filmado de perto, um pouco sufocante, tentando passar um pouco dessa coisa claustrofóbica de um submarino”, comentou De Ros.


Fonte: wwww.whiplash.net

domingo, 13 de outubro de 2013

Entrevista ao verniano, o conde Piero Gondolo della Riva

A entrevista abaixo, traduzida por mim para português, foi realizada por Javier Coria do blog www.javiercoria.blogspot.com que gentilmente cedeu o texto original. As fotos são de Francesc Sans.

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A história da paixão do conde italiano Piero Gondolo della Riva pelas obras de Jules Verne é uma viagem extraordinária que dura há várias décadas. Gondolo é um dos maiores estudiosos mundiais de Verne e o maior colecionista de manuscritos e objetos do escritor francês. Este poliglota, que fala fluentemente quatro idiomas -entre eles um perfeito castelhano- e tem noções de mais três -entre eles o catalão-, é o autor de prólogos e prefácios de muitas das edições das noventa e cinco línguas em que está traduzida a obra verniana. Falamos com ele durante as passadas jornadas do I Congresso Internacional Jules Verne de Barcelona, onde deu uma conferência magistral sobre os textos apócrifos do escritor francês.

Leva –não gosta que o trate por “você”, há anos que nos conhecemos mas o protocolo assim me obriga – à volta de cinquenta anos a estudar a vida e a obra de Verne. Quando começou esta paixão verniana?

Com treze anos e meio. Como a todos as crianças, ofereciam-me livros, com traduções italianas, de Verne. Naquela época, como em Espana, traduzia-se o nome do autor. Para nós era Giulio Verne, aliás, havia quem pensasse que era um escritor italiano. Nem todas as obras me agradaram, mas é claro que houve outras que gostei bastante como, por exemplo, “Os filhos do capitão Grant”, “A ilha misteriosa”… o mistério e os enigmas que há nas obras de Verne encantavam-me. Como já falava francés muito bem, preferia ler no idioma original. Uma livraria de Turim tinha muitas edições antigas de Verne, da editora de Jules Hetzel pois nesta cidade, como em todo o norte de Itália, há uma cultura francesa muito grande.

Os irmãos Kip 

Recorda-se qual foi a primeira obra de Verne que comprou?

Sim, claro, foi uma edição de Hetzel de “Les Frères Kip” (“Os irmãos Kip”). Gostei muito da encadernação, das ilustrações, do cheiro do papel das antigas edições, em contraposição das edições modernas da época, italianas ou francesas, que me interessavam menos. E comecei assim, eu queria ter tudo, todas as obras… com vinte anos fui viver para Paris durante algum tempo para me documentar sobre Verne…

E já comprou tudo?

Sim, mas entre os anos 1999 e 2000 vendi a minha coleção à cidade de Amiens. Nos media apareceu que foram 30.000 documentos, apesar de nem eu nem a cidade que comprou a colecção sabermos com exatidão qual o número correto pois dependia de como se contavam. Por exemplo, eu tinha uma coleção de artigos sobre o editor Hetzel e Jules Verne, e eram setenta volumes de recortes de imprensa e artigos encadernados. Se contas cada volume como um documento dá-te só um, mas se contas com os documentos que contém, dá-te outro número. Portanto, é impossível encontrar um critério para contar uma documentação tão grande.

Não comprou só documentos e manuscritos, comprou objetos pessoais do escritor e do seu editor…

Sim, claro. Eu vivi na casa dos herdeiros de Hetzel e venderam-me muitas coisas ao longo de trinta anos, inclusive também os móveis do escritório de Hetzel no nº18, rue Jacob” de Paris, onde o editor recebeu pela primeira vez Jules Verne no ano de 1862. Eu também tinha os sofás e as poltronas com o estofado original. Curiosamente, também tinha uma imagem do dito escritório nessa época colado na parede, e todos os móveis que estavam na foto, estavam ali, no salão da minha casa. Agora é a “Sala Hetzel” do museu de Amiens.

Sala Hetzel do Museu de Amiens 

Não vou ser indiscreto ao ponto de lhe perguntar quanto lhe pagaram pela sua coleção. Porém, em quanto foi avaliada?

Parece-me bem que não sejas indiscreto, não esperava menos de ti.

Posso afirmar que a dita coleção estava valorizada em sete dígitos, falando em euros, mas continuemos. Por que Verne continua a suscitar tanto interesse?

É, sem dúvida, um autor muito popular, mas mal conhecido. Se alguém for à Australia e dizer Jules Verne, irão citar-lhe algum filme de Walt Disney, provavelmente “20.000 léguas submarinas”. O cinema fê-lo muito popular, mas isso não quer dizer que o público conhece Verne, a não ser que o leia.

Em Espanha editaram-se as primeiras edições das obras de Verne quase simultaneamente que em França…

Em Itália também, e na Alemanha… esses eram os contratos que Hetzel tinha com os editores estrangeiros. Mas posso-te dizer que na Itália saiu uma edição pirata de “Cinco semanas em balão” no ano de 1869. O primeiro contrato de Hetzel com os editores Treves de Milão datam de 1870. Quer dizer que um ano antes um editor de Vercelli (Piamonte) publicou uma edição pirata cortada, faltavam quatro capítulos, de “Cinque settimane in pallone”, sendo “Cinco semanas “num” balão”.

Piero Gondolo fotografado no pátio do Institut d'Estudis Catalans (F. Sans) 

Depois das primeiras edições que, salvo exceções, foram publicadas completas e com muita qualidade nas diversas línguas, proliferaram as edições resumidas, pelo menos, em Espanha.

E na França também. A editorial Hachette, nos anos trinta e quarenta, na coleção “Bibliotèque Verte”, suprimia dos livros de Verne os parágrafos ou capítulos de temática científica, que eram mais aborrecidos para as crianças, claro. Acredito que isso foi feito em todo o mundo. Pode-se discutir se é correto ou não, eu não o sei, mas não estou completamente contra, porque uma criança que leia “20.000 léguas…” encontrar-se-á com um número indetermináveis de espécies… acredito que é muito pesado para um leitor infantil.

Qual é a obra de Verne mais vendida na história?

Sem dúvida, “Paris no século XX” –obra que esteve perdida e que foi publicada em 1994-, que na minha opinião é uma obra muito frouxa. Estive a cargo desta edição, já que a editora Hachette encarregou-me do prefácio e das notas. Vendeu-se bem porque é de Verne e, além disso, fala de Paris no futuro. Em França venderam-se 200.000 exemplares em 15 dias, e está traduzida em 40 idiomas. Hetzel recursou publicá-la porque não gostou, e para mim tinha razão.

Há uma leitura adulta de Verne?

Sem dúvida, e uma leitura universitária, um exemplo disso são os investigadores vernianos que há em várias universidades do mundo, e em Espanha tem uma boa mostra, na Universidade de Zaragoça, por exemplo. Eu, que sou advogado de formação, na minha tese escrevi sobre as ideas políticas e a utopia de Verne. Outro exemplo, foi quando apresentei um trabalho de direito em 1971, depois de Jean Chesneaux ter publicado nesse mesmo ano “Uma leitura política de Jules Verne”. Acredito que isso me ajudou, porque assim pareceu ser mais aceitável falar destas coisas, apesar de não acreditar que me dissessem que Verne não entrava na temática jurídica, até porque Verne era também advogado.

Verne foi burguês e conservador, mas há quem veja caprichos liberalistas ou de socialismo utópico em algunas das suas obras.

O livro mais político, e que mudou provavelmente mais a imagem de Verne, é uma obra que foi modificada completamente pelo seu filho Michel: “Os náufragos de Jonathan”. O original tinha 16 capítulos e Michel adicionou mais 15, além de mudar totalmente a ideia de base. Podemos dizer que é uma obra de esquerda, mas Verne era de direita. Nos anos sessenta e setenta do século XX, houve uma tendência entre os críticos para reivindicar um Verne socialista ou de esquerda, mas isso é uma ideia falsa. Venderam-se muitos livros com essa imagen de revolucionário, mas eu não acredito nisso.

Ainda estando de acordo com Piero Gondolo, é fácil encontrar ecos de ideias sansimonianas e cabetianas nas primeras obras de Verne, quem sabe por inspiração dos seus amigos maçons como Dumas, Nadar, ou o seu próprio editor Hetzel, para não falar de um dos seus colaboradores, o geógrafo anarquista Élisée Reclus. Claro que estas pinceladas de socialismo utópico de alguns dos personagens vernianos convivem com claras referências racistas ou machistas de outros.

Piero Gondolo vendeu a sua coleção, mas posso dizer que continua a comprar e a colecionar. É perfeitamente natural que qualquer de vós se cruze com este piemontês à procura de cartões, manuscritos, etc sobre Verne ou do género de anticipação por antiquários de Madrid ou Barcelona, onde é conhecido como “O italiano de Verne”.


No antiquário Violán (BCN): Nicolás Moragues, Piero Gondolo, Per Johan Moe e o autor da entrevista, Javier Coria 


APÊNDICE 1: VERNE EM VIGO E O DIÁRIO DE BORDO

Entre os documentos depositados no Museu Jules Verne de Amiens, cidade onde residiu e faleceu Jules Verne, estão muitas notas e os cadernos das viagens do escritor, que supostamente Verne teria queimado segundo afirmavam algumas fontes. Piero Gondolo comprou estes diários das viagens ao tetraneto de Jules Verne, diários inéditos e que ainda estão em estudo. Por exemplo, este redator tem fotocópias das páginas dos ditos diários que se referem às duas visitas que Verne fez à cidade de Vigo, em 1878 e 1884. Quem sabe se estas anotações conseguem terminar com algumas dúvidas que há sobre a dita visita (Nota do tradutor: Estas paragens em Vigo antecederam as visitas à capital portuguesa e, como tal, também nós gostariamos de esclarecer algumas dúvidas). Um exemplo de que a investigação verniana está viva é que, no intervalos intervalos das sessões do passado Congresso de Barcelona, o jornalista de Vigo Eduardo Rolland, Piero Gondolo, como descodificador da difícil letra de Verne, e eu, iremos dedicar-nos a completar algumas das partes ilegíveis das notas. Esta informação aparecerá num livro que Rolland publicará em breve com a editora Paganel, pertencente à Sociedad Hispánica Jules Verne.

Manuscrito do diário-de-bordo do veleiro Saint Michel, com as notas sobre Vigo 



APÊNDICE 2: APÓCRIFO DE VERNE NA BIBLIOTECA DA CATALUNHA

Entre as atividades do Congresso Verniano de Barcelona, organizou-se uma visita guiada à Biblioteca da Catalunha. A guia foi excecional, a chefe de Serviço de Acesso e Obtenção de Documentos, Núria Altarriba. Com ela pudemos visitar salas que raramente se visitam, a não ser com pedido prévio. Para os congressistas, os responsáveis da Biblioteca prepararam uma sala com as primeiras edições em francês, castelhano e catalão das obras de Verne. Ali pudemos folhear –com luvas- algumas raridades como um libreto de uma ópera inspirada nas obras de Verne, ou as primeiras edições em catalão que datam dos anos vinte. O momento curioso da visita foi quando Piero Gondolo della Riva reparou que havia uma obra na que figurava Jules Verne como autor mas não o era. Tratava-se do conhecido apócrifo “Uma descoberta prodigiosa”, cujo título completo original é: “Prodigieuse découverte ses incalculables conséquences sur les destinées du monde”. Esta obra foi publicada por Hetzel em 1867 pelo nome de X. Nagrien. Até ao ano de 1966 considerava-se que por detrás deste pseudónimo escondia-se Jules Verne, e assim aparece em várias edições. A investigadora Simone Vierne descobriu que o pseudónimo era na realidade de um autor chamado François-Aramand Audoin. Vale a pena dizer que, além da Biblioteca da Catalunha, são muitas as bibliotecas no mundo, a maioria diria eu, que têm esta obra catalogada como de Verne. O próprio Piero confessou que na Itália está cansado de chamar a atenção para o erro sem lhe façam caso. Núria Altarriba tomou nota, pois para mudar os dados de catalogação deve-se documentar numa fonte escrita, e isso foi referido no congresso onde Piero Gondolo falou desta edição na sua conferência magistral.



quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Nemo Onipresente

O mais famoso personagem criado pela mente de Verne, o Capitão Nemo, surge quando menos se espera, em filmes, obras literárias, teatrais, de televisão - e até em banda desenhada (quadrinhos)!

Com exemplos, nesse ano de 2013 tivemos pelo menos duas obras em BD em que o icônico navegante verniano é citado. A primeira é um spin-off da espetacular série "The League of Extraordinary Gentlemen", escrita pelo autor inglês Alan Moore (Watchmen, From Hell, V for Vendetta) e ilustrada pelo competente Kevin O'Neill : "Nemo : Heart of Ice".


Além de continuar utilizando uma série de personagens - alguns bem obscuros - da Literatura do século retrasado, Moore cita, ao lado de, é claro, "20.000 Léguas Submarinas", duas outras obras clássicas, que ligam Verne a Edgar Allan Poe: "A Esfinge dos Gelos", de Verne, que é uma continuação-homenagem a "O relato de Arthur Gordon Pym", o único e absolutamente apavorante romance do americano. Verne ficou tão impressionado com o "romance inacabado" de Poe que criou um desfecho sensacional para o mesmo. Ler os dois livros em sequência é experiência inesquecível. Mr. Moore, ligado como sempre, aproveita elementos das três histórias para fazer uma aventura espetacular nas terras geladas do extremo sul de nosso planeta. Imperdível.



A segunda obra da "nona Arte" envolvendo nosso estimado capitão é a série da editora americana Marvel, "The Defenders", escrita por Matt Fraction. Nela, o personagem Namor (conhecido por muitos que acompanham as BD como o "Príncipe Submarino", um ser de idade desconhecida, filho mestiço de mãe atlante e pai da superfície e que comanda os mares como soberano) encontra no fundo do oceano os restos do Nautilus e, nele, indícios de que Nemo envolveu-se com sua mãe, décadas atrás. Isso, aliado ao fato da semelhança no som dos dois nomes "Nemo" e "Namor", faz com que seus parceiros de equipe o indaguem:

- Você acredita que essa seja a verdadeira nave, aquela dos livros?
- Que livros? - pergunta um carrancudo Namor, visivelmente incomodado.
- Jules Verne?
- Ele é um autor atlante?
- Não, ele...
- Não li.- corta Namor, rispidamente.
- Você acha que ele pode ter sido seu pai?
E, após uma longa pausa, o soberano dos Mares diz:
- .... não importa. Eu sei quem eu sou.

Danadinho, esse Nemo. 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Recife (Brasil) recebe "Vinte mil léguas submarinas" com efeitos especiais

A companhia italiana Teatro Portlach chega ao Recife (Brasil) para apresentar "Vinte mil léguas submarinas", espetáculo inspirado na obra do escritor Julio Verne e que reúne teatro dramático com efeitos visuais digitais. As apresentações acontecerão na quarta-feira (3) – para escolas públicas –, quinta (4), sexta e no sábado (6), no Teatro Caixa Cultural, na região central da cidade.


O enredo de ficção científica fala da relação entre o homem e a natureza. Os dois protagonistas, os cientistas Nemo e Aronax, enfrentam mistérios, aventuras, e conflitos como separação, além de aproximarem o romance de Verne, publicado no século 19, com a realidade contemporânea. Os efeitos visuais usados na apresentação, com telas montadas em dois níveis no palco, chamam a atenção do espectador para temas ligados à ecologia e a problemas sociais.

Para apresentar o espetáculo no Brasil, os atores italianos tiveram que aprender o texto em português. No sábado (5), a companhia também dará oportunidade ao público de conhecer mais sobre as técnicas artísticas utlizadas para compor o espetáculo. O elenco fará uma demonstração do trabalho vocal e corporal feito antes de entrar em cena. É necessário realizar uma inscrição para acompanhar a atividade.

Serviço
Espetáculo italiano "Vinte mil léguas submarinas"
Quinta (3), (às 15h30 gratuito para escolas públicas), sexta (4) e sábado (5), às 19h30, e domingo (6), às 10h30
Teatro Caixa Cultural Recife - Avenida Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia e 1 kg de alimento para as vítimas da seca)

Fonte: G1.Globo.com

domingo, 1 de setembro de 2013

'Le voyage dans la lune' de Méliès faz hoje 111 anos

Georges Méliès é conhecido por ter feito obras cinematográficas notáveis no começo do século, quando o cinema ainda era uma linguagem recém-nascida. Os efeitos visuais eram sua especialidade e são considerados como influência central para os artistas do ramo.

Os 14 minutos de Viagem à Lua, lançado em 1902, são considerados o ápice desse trabalho. A adaptação da obra Da Terra à Lua (1965) de Júlio Verne e da O primeiro homem na Lua (1901) de H.G. Wells, foi filmada num estúdio caseiro no subúrbio de Paris, com ajuda de cenários fantasiosos e uma trabalhosa edição posterior. Nascia assim um dos grandes ícones visuais do século XX, com o projétil a atingir um olho da Lua.


A restauração massiva, avaliada em cerca de US$ 660 mil, foi iniciada em 1993 quando foi achada uma cópia rara e pintada a mão da película em Barcelona. Em 1999, a Lobster Films começou a digitalizá-lo quadro a quadro, num processo que durou mais de dez anos (e 13 mil quadros) para ser finalizado. A nova versão, inteiramente colorida, estreará mais de um século após o lançamento da original.
A expectativa é que o filme excursione por diversos festivais após Cannes e seja lançado em home-video em seguida.

Deixo-vos a sua versão original e não restaurada que se encontra em domínio público:

Sinopse:

Tanto o livro quanto o filme narram a história um grupo de cinco astrónomos que viajam à Lua numa cápsula lançada por um canhão gigante, onde são capturados pelos selenitas. Contudo, conseguem escapar e retornam salvos à Terra (se não viu o filme e a descrição lhe parece familiar, é provável que tenha visto o videoclip da música  "Tonight, Tonight", dos Smashing Pumpkins, que recria algumas destas cenas).
A película inclui inúmeras experiências arrojadas com algumas das mais famosas técnicas cinematográficas como a sobreposição, fusão e a exposição múltipla de imagens.



Curiosidades sobre o filme:

-Foi extremamente popular em sua época e o mais conhecido das centenas de produções de Méliès. Foi, provavelmente, o primeiro filme de ficção científica e o primeiro a tratar de seres alienígenas, e usou recursos inovadores de animação e efeitos especiais, incluindo a famosa cena da nave pousando no olho da "Homem da lua".
-Georges Méliès não se absteve ainda de dar à narrativa uns toques subtis de comentário social – atente-se no fumo que sai das chaminés das fábricas, numa crítica aos efeitos nefastos da revolução industrial.
-Foi escolhido um dos cem melhores filmes do século XX no ranking da The Village Voice, ocupando a posição de número 84.
-É o filme mais velho presente na lista do livro "1001 filmes para ver antes de morrer", de Steven Jay Schneider.
-Méliès tinha a intenção de lançar seu filme nos Estados Unidos com a ideia de lucrar com isso. Entretanto, técnicos dos filmes de Thomas Edison secretamente fizeram cópias e o distribuíram por todo o país. Enquanto o filme era muito bem sucedido, Méliès finalmente foi à falência.
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Os Air decidiram “musicar” o filme “Le Voyage dans la Lune” realizado há 111 anos por um dos maiores pioneiros da Sétima Arte. O grupo francês é responsável pela banda sonora desta versão restaurada que agora é disponibilizada em domínio público.


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Mais uma chance - a Coleção está de volta!

Uma boa notícia para os que vivem nos perguntando sobre a famosa Coleção de livros com as obras de Júlio Verne - aquela da RBA, com capa dura em couro sintético e detalhes dourados, ilustradas com as gravuras das edições originais francesas e preço atraente.

É que a Coleção voltou às bancas de jornais aqui no Brasil. Por enquanto, pelo menos, nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, podendo, como nas outras vezes, ter estendida sua distribuição a outras localidades brasileiras em pouco tempo.

É mais uma oportunidade de se iniciar ou completar a coleção, sem dúvida a mais completa e bem-acabada já lançada no país.

domingo, 21 de julho de 2013

'20.000 Léguas Submarinas' de David Fincher é cancelado

A adaptação ao cinema de 20.000 Léguas Submarinas, que seria dirigida por David Fincher, não vai acontecer.


De acordo com o Playlist, a Disney não quis arriscar bancar um orçamento milionário para a produção, que seria rodada ainda este ano na Austrália, e decidiu cancelar o projeto. Recentemente, o estúdio amargou um prejuízo de US$ 150 milhões devido ao fracasso de bilheteria de O Cavaleiro Solitário.

Além disso, Fincher no momento está focado na adaptação ao cinema do livro Gone Girl, a ser estrelado por Ben Affleck, podendo começar no início de 2014 as filmagens da sequência de Millennium, que acabou de contratar um novo roteirista.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

'The League of Extraordinary Gentlemen' terá adaptação para TV

A série Agents of S.H.I.E.L.D, baseado nos personagens da Marvel, ganhará um concorrente à altura nas adaptações de HQs.


Segundo o site The Hollywood Reporter, a emissora americana Fox fez o pedido de um episódio piloto baseado em The League of Extraordinary Gentlemen, de Alan Moore. Michael Green será o principal roteirista da série.

A trama presente será semalhante à dos livros, com personagens literários da Era Vitoriana, que incluem Capitão Nemo, o Homem Invisível e Dr. Jekyll, unidos contra um inimigo em comum.

The League of Extraordinary Gentlemen já foi adaptada para o cinema no filme de 2003 dirigido por Stephen Norrington (Blade), com Sean Connery no elenco. Moore, que tradicionalmente não se envolve com as adaptações das suas obras, como Watchmen e V de Vingança, também não está ligado ao projeto televisivo. O piloto ainda não tem previsão de lançamento.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Filme com Jessica Chastain faz referência a J. Verne

No novo filme de terror Mama, com Jessica Chastain, duas vezes nomeada a um Oscar por The Help e Zero Dark Thirty, há uma referência a J. Verne.


Essa referência é ocorre quando a personagem de Jessica Chastain aparece vestida com uma t-shirt com a face de J. Verne estampada.

domingo, 30 de junho de 2013

Desenhista De Blumenau desenha cenas vernianas

Dionei Raulino é um desenhista amador que desenha o que o marcou, seja um momento do quotidiano, uma cena de um filme ou até... uma personagem de um livro de J. Verne:




Mais fotos em Desenhista de Blumenau.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Estudante constrói submarino com 1500 euros

Justin Beckerman, de 18 anos, criou um subaquático com apenas 1500 eruos.

O submarino «Nautilus» - recebeu o nome do famoso submarino de «20 mil léguas submarinas» foi construído em seis meses com recurso a tubos de drenagem e tampas de lixo.

O «Nautilus» inclui reguladores e medidores de pressão retirados de uma máquina de bebidas, duas baterias principais que vêm de um antigo brinquedo de criança e alti-falantes que eram de um sistema de som de um carro.

O jovem norte-americano criou assim uma forma de mergulhar a uma profundidade de quase 10 metros e que já completou três submersões com sucesso.

Em entrevista à Hype Science, Justin Beckerman afirmou que quer usar o aparelho para «explorar o lago, ver peixes e talvez encontrar um pouco de história, como os canhões da casa dos vizinhos».

O estudante é pródigo em invenções e no seu site pode ver-se os projetos criados por si.

Fonte: Lux.iol.pt

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Documentário de '20.000 Léguas Submarinas' de J. Verne

GREAT BOOKS é uma série de documentários, com 50 minutos cada, que pretende contribuir para a promoção da leitura das grandes obras da literatura mundial e dirigido à todas faixas etárias.
Cada episódio conta com a participação dos principais especialistas na obra e/ou no autor em análise.

O conceito GREAT BOOKS assenta na análise da obra mais emblemática de um escritor: a estória, o contexto histórico, a importância que teve/tem, a história do autor,...

E, como tal, a principal obra de J. Verne, 20.000 Léguas Submarinas, não podia faltar nesta série da Discovery Civilization (dobrada em português do Brasil):

segunda-feira, 20 de maio de 2013

20.000 Léguas Submarinas de David Fincher é adiado

De acordo com o jornal The Guardian, o remake de 20.000 Léguas Submarinas foi engavetado por um tempo. O filme seria dirigido por David Fincher e teria como protagonista ninguém menos que o parceiro do diretor, Brad Pitt, mas esse decidiu abandonar o projeto.


O filme que seria rodado mês que vem vai ficar guardado para 2014. Brad Pitt no momento tem seu próprio problema para cuidar, já que Guerra Mundial Z já vem sendo chamado de “O Desastre Mais Caro de Hollywood”, visto que rumores dizem que depois de ser reescrito durante as filmagens e ter seu terceiro ato completamente refilmado, o filme passou a barreira dos 400 milhões de dólares de custo. A Disney com certeza também está aguardando o resultado de outro potencial fracasso antes de se arriscar com um filme desse tamanho, O Cavaleiro Solitário, que conta com a antecipação morna do público e com um custo absurdo de produção, tem apenas Johnny Depp como grande atrativo.

Depois de perder Brad Pitt no papel de Ned Land, a produção está atrás de Channing Tatum, que só estaria disponível no próximo ano.

O mais provável é que David Fincher, agora com uma boa folga, encaixe um dos seus próximos filmes menores para ser filmado nesse meio tempo, talvez Garota Exemplar, cujo roteiro está sendo escrito, ou Millenium – A Menina que Brincava com Fogo, que tem dificuldade de orçamento para encaixar Daniel Craig. 

domingo, 19 de maio de 2013

Quem quer dar a volta ao mundo em 80 dias?

Quando Mr. Fogg se deparou com o desafio de dar uma volta ao mundo em 80 dias, na obra do escritor francês Júlio Verne, o conceito acabou por se tornar a base de muitos roteiros turísticos - e até na ambição pessoal de muitos viajantes. Fazer esta viagem tornou-se mais fácil desde segunda-feira, quando a Trivago - um motor de busca para hóteis - lançou um concurso que vai levar duas pessoas a dar a volta ao mundo.


Essas duas pessoas - que poderão levar acompanhante durante os 80 dias em que viajarem pelo mundo - têm tudo pago: voos, instalações hoteleiras de luxo e 50 euros diários para despesas pessoais. Os itinerário conduz os vencedores por 10 cidades.

Para participar basta fazer um "Gosto" na página da Trivago, no Facebook, entrar na aplicação "Trivago WorldTrip" e clicar em "EnterNow". Os concorrentes, depois de inscritos, podem convidar amigos. Quando o prémio for sorteado e entregue ao concorrente, o segundo prémio é entregue ao amigo que convidou o vencedor a participar. O concurso vai decorrer até às 23h59 do próximo dia 1 de junho e os vencedores vão ser anunciados, depois de escolhidos aleatoriamente, no espaço de duas semanas.

Nesta experiência de 80 dias, cada vencedor vai passar sete noites em cada uma das cidades contempladas no prémio, alojados em hóteis de luxo, que incluem pequeno-almoço.
A viagem deve ser efetuada, no máximo, até 31 de dezembro deste ano. Os vencedores só têm de informar os promotores do concurso com pelo menos quatro semanas de antecedência. Em troca, o vencedor só tem de participar em atividades de marketing, nomeadamente na realização de críticas aos hóteis onde esteve alojado e publicar, em redes sociais, fotografias das cidades onde esteve alojado.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Trailer Rayman Legends: 20.000 Léguas Submarinas

A Ubisoft disponibilizou um novo vídeo de Rayman Legends, onde a acção se passa no oceano. Rayman Legends irá ter este cenário bastante conhecido por todos nós. Veja:



 Fonte: Ene3.pt

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Homenagem do Google a Saul Bass


O cineasta e designer norte-americano Saul Bass (1920-1996) foi homenageado em um doodle do Google, nesta quarta-feira, oito de maio de 2013, data em que comemoraria 93 anos. O logotipo animado da gigante das buscas foi inspirado no trabalho de Bass, que ficou conhecido por criar a arte nos créditos de abertura de grandes sucesso do cinema.


 A homenagem remete a trabalhos marcantes de Bass, como os que desenvolveu para filmes de diretores consagrados como Alfred Hitchcock (Vertigo, Psycho, North by Northwest), Otto Preminger (Anatomy of a Murder, The Man with the Golden Arm, Exodus),  Stanley Kubrick (Spartacus, The Shining) e tantos outros, e termina com uma animação que lembra um de seus trabalhos mais memoráveis: os créditos de abertura e encerramento da adaptação de Michael Anderson para "A Volta ao Mundo em 80 Dias", de Jules Verne, detentora do Oscar de Melhor Filme de 1956.

Bass, dono de um estilo inconfundível, é referência e inspiração para designers até os dias de hoje. Basta ver as aberturas de filmes recentes como "Catch Me if You Can" de Steven Spielberg e a mais nova aventura dos mutantes da Marvel no Cinema, "X-Men : First Class".

terça-feira, 7 de maio de 2013

Morreu Ray Harryhausen, o mestre dos efeitos especiais de 'A Ilha Misteriosa' (1961)

Como é do seu conhecimento, há filmes que utilizam o nome das suas obras mas que, para além de muito fracos, pouco têm das obras de Verne. É o caso, por exemplo, de A Volta ao Mundo em 80 dias com Jackie Chan.

Porém, há outros que são autênticas obras-primas do cinema mundial. É o caso de 20000 Léguas Submarinas com Kirk Douglas, Viagem ao Centro da Terra, com a bela participação de James Mason e Pat Boone; A Volta ao Mundo em 80 dias de Michael Anderson, com os grandiosos actores David Niven e Cantinflas; ou mesmo Michel Strogoff de 1975 realizado pelo Jean-Pierre Decourt.

Nesta magnífica lista é obrigatória a entrada de A Ilha Misteriosa (1961) de Cy Enfield com os belíssimos efeitos especiais artesanais da autoria de Ray Harryhausen.


Hoje, recebemos a triste notícia da sua morte em Londres, aos 92 anos.

Ao longo de meio século, a partir de 1935, Harryhausen deu vida a criaturas e monstros dos filmes de Sinbad, Fúria de Titãs, Jasão e os Argonautas e outros. Embora tenha influenciado toda a geração que trabalha com efeitos visuais hoje, de James Cameron e George Lucas a Peter Jackson e Guillermo Del Toro, Ray Harryhausen nunca ganhou um Oscar por seus filmes. O erro histórico foi corrigido em 1992, com um troféu honorário da Academia.

Deixo um vídeo (em inglês) de Ray Harryhausen filmado há algum tempo onde este fala dos efeitos especiais de A Ilha Misteriosa de 1961.

Veja que vale a pena:


Que descance em paz.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

'Around the World... ' - França (Amiens)

Em 2008, aquando da viagem do nosso livro à volta do Mundo, que homenageava o 180º aniversário do nascimento de J. Verne, foi com imensa pena que verificamos que o livro não pararia na cidade onde o escritor tinha vivido e falecido, devido à inexistência de vernianos dessa região interessados em participar nessa homenagem.

A cidade de Amiens (França) foi, sem dúvida, a grande "falha" nesta volta ao Mundo, porém, muitas outras belas localidades ficaram de fora por diversas razões. Desde então, temos tido o cuidado de levar o livro, com a ajuda dos nossos amigos vernianos espalhados pelo Mundo, a cidades que não entraram nessa viagem mas que mereciam ser visitadas e divulgadas a todos os que nos visitam, tais como Havana, Praga, Viena, Lisboa, Budapeste, Paris, Roma, e até o estado do Vaticano, entre outras, como poderão ver aqui.

Diz o povo que há um português, ou um descendente de portugueses, em qualquer lugar do Mundo, portanto, foi com alguma naturalidade que recebemos uma mensagem de uma portuguesa, Margarida Santerre, referindo que vivia na bela cidade de Amiens.

"Como era especial se o livro pudesse, finalmente, encontrar-se com o homenageado na sua última morada em Amiens, ainda mais neste ano em que se o 185º aniversário do seu nascimento." Perante este meu pensamento, entrei novamente em contacto com a nossa amiga verniana onde a informei acerca da homenagem e a questionei sobre a sua disponibilidade em receber o livro. A sua resposta: Claro que sim!


Amiens é uma cidade no norte da França, localizada a 120 km ao norte de Paris. É a capital do Departamento de Somme e da Região da Picardia e possui 135.501 habitantes.

Além de ser a localidade onde faleceu J. Verne, a cidade é também conhecida pelo facto de na Segunda Guerra Mundial, a prisão de Amiens ter sido bombardeada pela RAF(Força Aérea Britânica), na chamada "Operação Jericó", pois descobriu-se que os alemães pretendiam executar mais de 100 prisioneiros que faziam parte da Resistência Francesa. O objetivo da operação britânica era abrir fendas nos muros para que eles pudessem fugir, antes da invasão da Normandia. Dos 717 presos, 102 morreram, 94 ficaram feridos, 258 escaparam, entre eles 79 membros da resistência.

Dirigindo-se para o centro, deparamo-nos com o pitoresco Saint Leu, o bairro mais famoso de Amiens onde se encontra um ambiente de esplanadas de restaurantes coloridos junto ao rio Somme.


Aqui junto, encontra-se a  magnífica Catedral Notre-Dame de Amiens. Esta magnífica obra do século XIII (palavras de Verne), uma das maiores de França no seu estilo, serviu de fonte de inspiração, juntamente com a cidade, para a descrição da cidade de Ragz e da sua catedral na obra “O Segredo de Wilhelm Storitz” do autor.



Continuando a viagem pelo centro, encontramos o Hotel de Ville. Este fantástico e grandioso edifício alberga a Câmara Municipal (Br: Prefeitura). Verne foi conselheiro municipal durante 16 anos (de 1888 a 1904) que era governada na altura pelo republicano Frederic Petit.


Outros locais de destaque em Amiens são o Le Musée de Picardie, onde se encontram algumas obras de arte transferidas da Câmara Municipal para aqui a pedido de Júlio Verne para que toda a população as pudesse ver, e a Biblioteca Municipal onde Verne passava 5 horas por dia e onde actualmente estão guardados alguns tesouros vernianos.


Desde a saída do anfiteatro até aqui, é-nos sempre possível acompanhar a nível visual o grandioso arranha-céus residencial, a Tour Perret, com os seus 103 metros de altura.


Para os vernianos que visitam a cidade, há locais obrigatórios por onde terão que passar devido à referência que têm com o escritor francês.

Por exemplo, ao entrar na cidade, junto à linha de caminho de ferro Paris-Boulogne-Calais, encontra-se a primeira referência, Le Cirque Municipal Jules Verne. Este teatro tem o seu nome desde 2003, devido ao seu discurso como conselheiro municipal aquando da inauguração em 1889.


Bastante próximo do Cirque, e localizado num pequeno parque verde com o nome Square Jules Verne, pode-se encontrar um magnífico monumento de homenagem ao autor, constituído por um busto de Verne e três crianças lendo as Voyages Extraordinaires.

Esta obra de arte, realizada em 1908 por Albert Roze, tem a finalidade de homenagear o autor devido à sua capacidade de levar as crianças a um primeiro contacto com a leitura. Porém, devido ao pouco dinheiro disponibilizado na altura e à instabilidade do terreno provocado pela linha de caminho de ferro (neste local subterrânea), este monumento ficou mais pequeno do que o previsto.
Actualmente, e como poderá ver, o monumento encontra-se muito sujo, o que é bastante triste.


Seguindo pela Boulevard Jules Verne, uma rua nas traseiras do Cirque,...


 ...encontramos a casa onde Verne viveu em Amiens (daí o porquê do nome da rua) entre 1873-1882 e depois de 1900 a 1905, onde veio a falecer. Localizada no nº44 da antiga rua Longueville, esta encontra-se no novo bairro de Henriville que, em 1830, surgiu com a demolição das antigas fortificações.

Na fachada, podemos ver um memorial onde se informa que o escritor viveu nesta casa durante 14 anos, vindo a falecer no dia 24 de Março de 1905.



Seguindo 100 m para este, na esquina com a rua Charles Dubois, o livro encontrou-se com a Maison Jules Verne. Esta casa, conhecida pela casa da torre, foi habitada pela família Verne de 1882 até 1900, albergando actualmente o Museu Jules Verne.


O nosso livro conseguiu entrar no jardim exterior e deparou-se com a beleza da sua casa e da torre, como também da magnífica pintura na parede traseira do museu. Esta casa tinha sofrido obras no valor de 3 milhões de euros no ano do centenário (2005) e pode-se dizer que valeu a pena.




Dirigindo-se para o tão esperado encontro com o mestre na sua última morada, o livro ainda passou pela Université de Picardie Jules Verne.


Na periferia noroeste, a alguns quilómetros do centro da cidade, encontra-se o Cimitiere de la Madeleine com os seus 18 hectares. Este cemitério é bastante visitado pelos turistas não só pelas magníficas sepulturas dos séc. XVIII e XIX mas principalmente pelo magnífico túmulo de J. Verne.


Lá dentro, chegando a uma intercepção, segue-se em frente até que ao longe se repara na escultura de Albert Roze que representa Júlio Verne com um dos braços estendido sendo o último gesto de um homem ainda vigoroso que repele a sua pedra como para afirmar que os seus personagens ainda permanecem vivos.

Depois de uma volta ao mundo que homenageou o escritor nos mais diversos locais, o livro encontrava-se no mais especial. Tinha-se finalmente encontrado com o mestre.



Nada fazia mais sentido neste ano, em que se comemora o 185º aniversário do nascimento do autor, do que esta homenagem ao escritor das Viagens Extraordinárias.

Porém, e como já dito atrás, este desejo só foi realizado com a preciosa ajuda da verniana Margarida Santerre, que juntamente com os seus filhos, percorreu esta bela cidade atrás do melhor ângulo para estas magníficas fotografias que connosco partilha. Um muito obrigado para a Margarida, para a sua família e para.... Júlio Verne, que sem ele este blog não existiria.