domingo, 29 de maio de 2011

21º episódio de '50 por 1' - A volta ao Mundo em 80 dias

Neste sábado, no episódio do programa 50 por 1, Álvaro Garnero continua suas descobertas por Moscou, na Rússia. O passeio pelo metrô da capital russa revela um verdadeiro museu nos subterrâneos da cidade.
E saindo da estação, ele e seu companheiro de viagem José Ramalho visitam a tradicional academia Kundirnka para uma divertida e atrapalhada aula de dança cossaca, típica no país.

Ainda em Moscou, eles encaram mais um desafio: experimentar carne de urso em um restaurante conhecido da região. A experiência inusitada é elogiada pela dupla de apresentadores. Mas a volta ao mundo não pode parar e, de lá, eles pegam um trem para a Ucrânia.
Chegando na capital Kiev, eles vão a uma academia de música e aprendem a tocar bandura, uma espécie de alaúde típico. A aventura não deu muito certo e a dupla recebeu várias broncas do rígido mestre ucraniano.



Não se esqueça de visitar o blog do nosso viajante à volta do Mundo, Álvaro Garnero, e do seu companheiro de viagem, José Ramalho.

Texto e vídeo: R7

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Relógio 'Titanic DNA Octopus'

Romain Jerome é um fabricante de relógios com sede em Genebra que ficou famosa por lançar modelos produzidos com materiais inusitados como fragmentos da Nave Apollo XI, peças do Navio Titanic e até poeira lunar.

A coleção Titanic DNA é a primeira coleção de relógios produzidos em homenagem ao aniversário de 100 anos do naufrágio do navio que ocorreu em 1912. A sigla DNA na coleção refere-se ao aço e o carvão que foram resgatados dos destroços do Titanic e que são utilizados na confecção dos relógios. Os ponteiros das horas e minutos também remetem ao navio, com o designe semelhante à âncora do navio.

A sigla Octopus é uma homenagem ao polvo, esse gigante do oceano que se tornou um símbolo famoso graças ao romance 20.000 Léguas Submarinas do escritor Júlio Verne.

O Romain Jerome Titanic DNA Octopus representa todo o cuidado desta casa suiça com a alta relojoaria, que mostra em cada detalhe do seu acabamento o trabalho inovador e vanguardista que resulta em um relógio único e expressivo.

Chamo a atenção para o seu site onde podemos encontrar relógios inspirados no Steampunk.

Fonte: Marketing na Web

domingo, 22 de maio de 2011

20º episódio de '50 por 1' - A volta ao Mundo em 80 dias

A volta ao mundo em 80 dias de Álvaro Garnero chega ao 20º episódio de um jeito inusitado e com personagens curiosos. No programa deste sábado de 50 por 1,  Álvaro e seu companheiro José Ramalho deixam a Sibéria e embarcam num trem rumo a Ecaterimburgo, a quarta maior cidade russa. Eles  aproveitam para contar as histórias dos Romanov, cuja família era uma das mais nobres da Rússia e governou o país por quase 150 anos.

Ainda na gelada cidade, eles visitam o cemitério da máfia russa e o restaurante CCCP (sigla da antiga União Soviética), que reproduz em sua decoração os tempos do antigo regime, com doses de ironia e humor. Ao deixar Ecaterimburgo, a dupla de aventureiros encara uma viagem de 24 horas até Moscou.  Na capital russa, eles aprendem o Sambo, uma luta marcial desenvolvida por agentes da KGB. Depois, conferem o túmulo de Lênin na Praça Vermelha e aprendem como pintar as conhecidas mamushkas ou mamuskas - bonequinhas de madeira cheias de tradição e significados.



Não se esqueça de visitar o blog do nosso viajante à volta do Mundo, Álvaro Garnero, e do seu companheiro de viagem, José Ramalho.

Texto e vídeo: R7

sábado, 21 de maio de 2011

Nemo e Nautilus em 'Nadia - Secret of Blue Water'

O anime, inspirado no romance 20.000 Léguas Submarinas, de Júlio Verne, foi dirigido por Hideaki Anno e os personagens foram desenhados por Yoshyuki Sadamoto, com argumento original do famoso diretor Hayao Miyazaki. Anno e Sadamoto, posteriormente fariam fama ainda maior ao criarem Shin Seiki Evangelion.

A origem data de década de 1970, quando Hayao Miyazaki foi contratado pela Toho para desenvolver uma série de televisão. Um desses conceitos seria "Around the World Under the Sea", (com adaptação da obra de J. Verne: 20.000 Léguas Submarinas), em que duas crianças órfãs são perseguidos por vilões e se juntam ao Capitão Nemo e o Nautilus. Ela nunca foi produzida, mas Toho reteve os direitos da história.

Em 1988, Toho nomeou a Gainax para produzir uma série para a TV NHK Educacional. O esboço de Miyazaki para "Around the World Under the Sea" cativou o pessoal da Gainax e, sob a direção de Hideaki Anno, criou-se a serie, de 39 episódios, Nadia - Secret of Blue Water.

Fiquem com a abertura da série:



Fonte: Mundo dos Animes

domingo, 15 de maio de 2011

19º episódio de '50 por 1' - A volta ao Mundo em 80 dias

No programa 50 por 1 deste sábado, Álvaro Garnero e José Ramalho chegam à Rússia.
A primeira parada do 19º episódio da Volta ao Mundo é na Sibéria Oriental, na importante cidade de Irkutsk. (Lembram da cidade em Michel Strogoff?)

O local fica às margens do Lago Baikal - o maior de água doce da Ásia. Além de se encantar com a riqueza das paisagens naturais, a dupla de aventureiros visita o museu Cossaco.
Lá, eles conhecem um pouco mais da história desse povo milenar que é admirado pela coragem, bravura, força e capacidades militares, mas também pela autossuficiência. Na despedida, às margens do Baikal, os dois ainda testemunharam uma sinfonia de sinos.

Ao deixar Irkutsk, Álvaro e Ramalho se dirigem à Listyanka e participam de um ritual típico: precisam entrar numa sauna e depois são obrigados a mergulhar em um lago com temperatura perto do zero grau.
Depois do choque térmico, a dupla ainda vai conhecer uma aldeia de buriatas, onde praticaram arco e flecha e auxiliaram os moradores na preparação de um almoço.



Não se esqueça de visitar o blog do nosso viajante à volta do Mundo, Álvaro Garnero, e do seu companheiro de viagem, José Ramalho.

Texto e vídeo: R7

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O "Universo Verniano"

Júlio Verne escreveu, como se sabe, mais de uma centena de obras, entre romances geográficos (as famosas Viagens Extraordinárias Através de Mundos Conhecidos e Desconhecidos), contos, peças de teatro, estudos históricos, biografias de grandes descobridores e até poesias.

Alguns livros foram merecedores de continuações, escritas às vezes muitos anos depois, como é o caso de O Senhor do Mundo, de 1904, que é a continuação de Robur, o Conquistador, escrito em 1886. Da Terra à Lua (1865) seguiu-se de Ao redor da Lua, publicado quatro anos depois. E há também o famoso caso do livro A Esfinge dos Gelos, escrito como uma sequela para a obra do autor norte-americano Edgar Allan Poe, O Relato de Arthur Gordon Pym.

Mas em outros momentos, muitas obras se apresentam, de alguma forma, mencionadas, homenageadas, lembradas ou simplesmente citadas em outras, pelo próprio autor. Ele fazia, assim, uma certa ligação, uma conexão entre essas histórias, compondo um “Universo Verniano”, onde personagens, situações, fatos e acontecimentos repercutiam além das páginas da história que ele um dia havia narrado.

Talvez a mais conhecida dessas ligações seja, sem dúvida, a que une os três livros Os Filhos do Capitão Grant, Vinte Mil Léguas Submarinas e A Ilha Misteriosa, envolvendo os personagens Nemo e Ayrton.

Mas há outras.


O Clube do Canhão

O Gun Club, ou Clube de Canhão, sociedade norte-americana sediada em Baltimore e dedicada ao estudo científico das armas de fogo e da balística, também é “personagem” de três obras de Júlio Verne: além dos já citados Da Terra à Lua e Ao redor da Lua, ela e seus principais membros reaparecem, muitos anos depois, e de uma forma extremamente bem-humorada, em Fora dos Eixos, de 1889 - um dos mais engraçados livros do autor francês.

Em outra “ideia fantástica”, o presidente Impey Barbicane, o capitão Nicholl, J.T. Maston & cia. anunciam a construção de outro super-canhão, a ser instalado nas regiões centrais da África, junto à cordilheira do Kilimanjaro e calculado para dar um tiro tão estrondoso, tão poderoso, que o recuo produzido pelo disparo faria a Terra sair de seu eixo natural! O objetivo seria o de explorar reservas de carvão (o petróleo da época) no que até então era o Pólo Norte do planeta, após o derretimento da calota polar.

Assim, as terras polares, antes sem valor econômico relevante, poderiam ser compradas a preço baixo e, depois do “ajuste” no pólo magnético, exploradas com lucro fabuloso. De nada adiantam os protestos daqueles que antevêem a catástrofe planetária que viria com tal “ajuste”... coisas de norte-americanos, vocês sabem...

No mesmo livro Verne faz referência a duas outras obras suas: A Escola dos Robinsons e Hector Servadac. A primeira é referida no 3º capítulo, quando o Pólo Norte está prestes a ser leiloado:
“ Existia, além disso, um precedente. Parte do nosso planeta havia sido já adjudicada, em uma das salas das «Auctions», em hasta pública e por intermédio de um corretor de leilões. Precisamente na América. De facto, alguns anos antes, em S. Francisco da Califórnia, uma ilha do oceano Pacífico, a ilha Spencer [da Escola dos Robinsons], fora vendida ao milionário William W. Kolderup, que venceu por quinhentos mil dólares o seu concorrente J. R. Taskinar, de Stockton [personagens do livro]. Esta ilha Spencer foi paga por quatro milhões de dólares. Em verdade era uma ilha habitável, situada a alguns graus somente da costa da Califórnia, com florestas, cursos de água, solo produtivo e sólido, campos e prados susceptíveis de cultura, e não uma região indecisa, talvez um mar coberto de gelos eternos e defendido por inacessíveis montanhas de gelo, que muito provavelmente ninguém poderia jamais ocupar.”
Hector Servadac é citado no 18º capítulo, quando o canhão está prestes a ser disparado:
“Quem sabe? Talvez o presidente Barbicane e o capitão Nicholl lamentassem não poder tomar lugar no projéctil! No primeiro segundo teriam percorrido dois mil e oitocentos quilómetros! Depois de haver penetrado os segredos do mundo selenita, teriam desvendado os mistérios do mundo solar, em condições bem mais interessantes do que o francês Hector Servadac, levado pelo cometa Galia!”


Robur e os Milhões da Begum

Robur, o Conquistador, foi a transposição, para o ar, do drama dos mares imaginado por Verne em Vinte Mil Léguas Submarinas: um personagem misterioso, forte e com poder suficiente em suas mãos – através de um engenho mecânico – para dominar um dos elementos da natureza.

Robur, assim como Nemo, não tem nome, pátria ou família. Também como ele, é um cientista e um engenheiro cuja genialidade o coloca acima dos outros mortais. E de forma análoga, também aparece em duas obras vernianas, retornando “dos mortos” e assumindo a condição de lenda.

Mas o livro tem, ainda, uma outra citação, ainda mais interessante, logo nas primeiras páginas. Intrigados com o surgimento de estranhas luzes e sons de música vindos dos céus, testemunhados em diversas cidades ao redor do mundo, jornais e periódicos de todo o planeta tentavam explicar os fenômenos. Um desses jornais, mais precisamente o New York Herald recebeu uma carta de um leitor anônimo que lembrava:
Ninguém deve ter se esquecido da rivalidade que, há alguns anos, surgiu entre os herdeiros da Begum de Nagginahra, o doutor francês Sarrasin em Cidade de França e seu colega alemão, o doutor Schultze, na sua cidade Campo do Aço, ambas situadas em Oregon, EUA. Tampouco se terá esquecido que, com a finalidade de destruir a Cidade de França, Schultze lançou tremendo projétil que deveria cair sobre a cidade francesa e aniquila-la de um só golpe...

Verne, assim, se auto-refere novamente, citando o argumento de Os 500 Milhões da Begum, escrito em 1879, traçando um paralelo entre as duas obras e surpreendendo seus leitores.


Claudius Bombarnac e Miguel Strogoff

Em A Carteira do Repórter ou Claudius Bombarnac, obra de 1892, há uma rápida e intrigante citação.

Dois personagens conversam sobre peças de teatro e um deles comenta ter assistido a Miguel Strogoff. O interessante aqui é que Verne realmente transpôs a saga do Correio do Czar para os palcos, assim como fez com A Volta ao Mundo em Oitenta Dias, sem dúvida seu maior sucesso teatral.

Mas aí Verne está citando Strogoff como uma peça, um personagem fictício e não como uma “pessoa viva” de seu “universo” particular. Só faltou ele mencionar o autor da peça...

Além disso Verne, mesmo não referindo à obra, faz troça dos viajantes que circundam o globo no menor tempo possível, numa clara referência à viagem de Phíleas Fogg em A Volta ao Mundo em 80 Dias.


Explorando o Universo

Em A Esfinge dos Gelos, homenagem de Verne à obra de Edgar Allan Poe, O Relato de A Narrativa de Arthur Gordon Pym, como dissemos atrás, cita Vinte Mil Léguas Submarinas  no 10º capítulo do 2º volume, aquando da passagem dos personagens pelo Pólo Sul:
“O dia correu todo nestas condições. Nem uma só vez se abriu a cortina ante nossos olhos, e se o icebergue, que andara umas quarenta milhas desde a véspera, havia passado no extremo do eixo da Terra, nunca o saberíamos. [Nota do autor: Vinte e oito anos mais tarde, o que o Sr. Jeorling nem sequer podia prever, houve quem o visse, e houve quem chegasse a este ponto do Globo, a 21 de Março de 1868. (…) E, precisamente no ponto em que o horizonte, do lado norte, cortava em duas partes iguais o disco solar, tomava ele posse do dito continente em seu próprio nome e desfraldava a bandeira de filete com um N bordado a ouro. Ao largo flutuava um barco submarino, que se chamava «Nautilus» e cujo comandante era o Capitão Nemo.]”

Em O País das Peles, escrito no ano de 1873, há uma referência à personagem Capitão Hatteras, livro de 1866, no 3º capítulo da 2ª parte:
“Em qualquer hipótese lembra-me que uma dessas raposas, já velha, foi apanhada pelo capitão Hatteras durante a sua viagem de exploração. Ainda trazia ao pescoço uma coleira muito gasta no meio dos fartos pêlos brancos.”

Em O Vulcão de Ouro, logo no primeiro capítulo, há uma menção à saga narrada no romance Família sem nome:
“A que propósito queria o notário ver o Sr. Summy Skim? Este conhecia-o, como toda a gente em Montreal. Era uma excelente pessoa, um conselheiro certo e prudente. Nascido no Canadá, dirigia o melhor cartório da cidade, o mesmo que, sessenta anos antes, tinha como responsável o famoso Sr. Nick, cujo verdadeiro nome era Nicolas Sagamore, de origens humildes, tão patrioticamente envolvido no terrível caso Morgaz, cuja repercussão foi considerável por volta de 1837.” [personagens de Família sem nome.]

Em A Casa a Vapor há referências a diversos temas presentes em trabalhos anteriores do autor, num verdadeiro compêndio do que chamamos Universo Verniano:
“- Isso vai ser feito, disse o capitão Hud, assim como um dia a Viagem ao Pólo Sul e Pólo Norte!
- Claro que sim!
- A viagem até as profundezas do oceano!
- Sem dúvida!
- A viagem ao centro da terra!
- Bravo, Hod!
- Como tudo far-se-á!
- Mesmo uma viagem a cada um dos planetas do mundo solar! - respondeu o capitão Hod, que nada não parava mais.
- Não, capitão - respondeu. O homem, simples habitante da Terra, não saberia cruzar os limites”.

No capítulo 11 de A Caça ao Meteoro, Verne relembra elementos de duas obras suas: Da Terra à Lua e Fora dos Eixos. Porém, nesse caso, ele as revela como sendo pura ficção, fazendo uma inesperada e muito bem-humorada referência à sua própria pessoa:
“Porque não se construía um canhão tão potente como aquele que, havia alguns anos, enviara uma bala para a Lua, ou àquele que, mais tarde, tinha tentado, através de um repuxo formidável, modificar a inclinação do eixo terrestre?... Sim, mas as duas experiências referidas, ninguém o ignorava, não eram senão fantasia surgida da pena de um escritor francês, talvez com demasiada imaginação.”

Até no mais famoso dos livros de Verne, Vinte Mil Léguas Submarinas, há quem veja referências a Viagem ao Centro da Terra e Hector Servadac numa discussão sobre monstros marinhos, onde o personagem Ned Land comenta ao professor Aronnax:
“Que o vulgo acredite em meteoros deslumbrantes que cruzam o espaço ou na existência de dinossauros pré-históricos que vivem no interior da terra, ainda se aceita. Mas nem o astrônomo nem o geólogo admitem tais quimeras. Com o baleeiro acontece o mesmo.”


Para além do Universo

Esses são apenas alguns exemplos de conexão entre as obras vernianas. No entanto, acreditamos na existência de ainda mais citações, lembranças, menções e auto-referências em diversos momentos da imensa produção literária de Júlio Verne.

Por isso, e agradecendo aos vernianos Frederico Jácome, Garmt de Vries e Rick Walter pelas valiosas e enriquecedoras contribuições a esse artigo, deixo-o em aberto, para que você também tenha a oportunidade de escrevê-lo com suas próprias anotações.

Assim, a proposta é a seguinte: envie-nos seu comentário ou sua descoberta relativa ao infinito Universo Verniano e participe você também desse estudo.
Um abraço a todos.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

A estranha edição de '20.000 léguas submarinas'

Esta é, sem dúvida, um estranho caso bibliográfico. Sabia que a obra mais conhecida de Júlio Verne, 20.000 léguas submarinas, foi publicada pela primeira vez em formato de livro em 1869, não na França nem em francês, mas sim em castelhano e em Espanha?

Sim, esta é a historia da, quiçá, primeira edição pirata (ver imagem da esquerda) de um dos livros mais lidos e adaptados ao cinema da produção verniana.

Javier Román é um bibliófilo que colecciona primeiras edições em castelhano das obras de Verne, além de ter iniciado uma investigação sobre esta em particular. Pus-me então em contacto com ele onde me deu a sua permissão para vos expor uma comunicação que Javier enviou, num dia, para o Fórum Internacional em Castelhano de Júlio Verne.
Deixo-vos as suas palavras:

“Dou-vos a conhecer uma rareza bibliográfica: sabiam que a primeira edição completa da obra de Verne, 20.000 léguas submarinas, não foi publicada em francês, nem foi editada por Hetzel?
Curiosamente foi editada em castelhano e apareceu pela primeira vez ao mundo, completa e ilustrada, em Espanha, em 1869, dois anos antes da primeira edição completa francesa.

É necessário recordar que a obra foi publicada por fascículos em França, na Revista de Educação e Recriação durante dois anos, até finais de 1870.
Só no seguinte ano é que a obra completa, com ilustrações e agregada num só volume, foi publicada em França, por Hetzel.

Porém, esta versão, completa e com ilustrações, foi publicada em 1869, em Madrid (quando ainda não tinha aparecido a segunda parte na França), sendo o tradutor Vicente Guimerà, e o impressor-editor Tomás Rey e Cª, Editores.
Hoje em dia existem escassos exemplares desta obra, uns doze livros catalogados, estando um deles na Biblioteca Nacional de Espanha, alcançando o valor no mercado do livro antigo, de... US$ 20.000!

A informação que vos transmito foi extraída de varias espaços na Internet e de um trabalho realizado por uns jovens onde se tenta explicar esta edição "fantasma". O dito trabalho, realizado em 2009 por José María Chacón Losada e outros, recebeu um prémio pela investigação.

A hipótese que o dito trabalho se baseia, para explicar a edição fantasma da obra de Verne, parece-me muito razoável: aparentemente Vicente Guimerà, o tradutor, recebeu em 1869 o manuscrito de Verne com o fim de traduzi-lo para o castelhano para a editorial Gaspar e Roig, editora oficial das obras de Verne em Espanha, a qual possivelmente tinha um pacto com Hetzel de não publicar a obra em Espanha até ser lançada em França.
No entanto, o tradutor, que também trabalhava no Ministério das Finanças espanhol, traduziu a obra, mas é possível que antes de entregá-la à editorial Gaspar e Roig a tenha levado a outra editora que trabalhava para o Ministério das Finanças de Espanha, esta editora era... Tomás Rey e Cª.

Não duvidemos que Verne era já um autor de fama mundial, o qual contribuiu para dar solidez a esta hipótese. Gaspar e Roig não pode publicar a obra até 1872, possivelmente pelo acordo que tinha com Hetzel.

O desenlace desta trama não o sabemos, mas podemo-lo presumir. São tão escassos os exemplares de 1869 que não duvido que tivesse sido, entretanto, proibida a publicação a Tomás Rey e Cª.

Desta vocês não sabiam!”
JAVIER ROMÁN

Trabalho dos alunos de bacharelato:
20.000 leguas de viaje submarino: Historia de un engaño

Nota interessante sobre a editorial Gaspar e Roig:
Gaspar y Roig: la consolidación del género de aventuras en España

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Artigo editado por Javier Coria (www.javiercoria.blogspot.com) e enviado gentilmente para o Blog JVerne.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Crítica 'A Caça ao Meteoro (1901)'

A Caça ao Meteoro é um dos chamados “livros póstumos” de Jules Verne. Isto lhe confere duas características específicas: a primeira, óbvia, porque, apesar de escrito em 1901, foi publicado apenas após sua morte no ano de 1905. A segunda é que, assim como outras obras póstumas (O Vulcão de Ouro, O Segredo de Wilhelm Storitz, Um Padre em 1839 e O Farol no Fim do Mundo são exemplos), seu manuscrito foi, a pedido do editor Jules Hetzel Filho, inteiramente reescrito pelo filho de Verne, Michel, com a justificativa de “adequá-lo aos novos tempos”.

O que por si só já seria uma blasfêmia revelou-se um completo desastre: Michel não possuía um milésimo da capacidade inventiva, da habilidade narrativa ou do talento literário do pai. Assim, os livros acima citados foram recebidos pelo público e pela crítica da época com relativa frieza. Descaracterizados, sem atrativos e mal escritos, caíram no esquecimento rapidamente - e durante décadas a fio.

Graças a esforços de estudiosos vernianos como Piero Gondolo de la Riva, os manuscritos originais de Jules Verne foram encontrados e suas ideias, personagens e situações, recuperadas. Mas sem dúvida, o maior benefício para essas obras foi o retorno do inconfundível estilo de seu verdadeiro autor, cheio de elegância, inteligência e humor, muitas vezes irônico e sarcástico. E é justamente esse o maior atributo de A Caça ao Meteoro: não se trata de uma aventura fantástica, como o nome poderia sugerir, nem de uma viagem cheia de detalhes geográficos pitorescos, mas de uma deliciosa e bem-humorada crítica à sociedade de então – especialmente a norte-americana – suas ambições, valores, manias e vaidades.

A observação da proximidade de um grande cometa, realizada simultaneamente por dois astrônomos da cidade de Whaston, no estado da Virginia, os coloca numa disputa pela primazia da descoberta, que em nada interessa ao sobrinho de um e à filha do outro, apaixonados que estão. A súbita rivalidade surgida entre os dois rabugentos cientistas afasta as duas famílias e ameaça os planos do romântico casal, numa divertida paródia de Romeu e Julieta.

Quando se desconfia que o bólido celeste possa vir a ser uma enorme rocha de ouro puro prestes a cair na Terra, Verne mostra como os representantes dos países no trajeto dos possíveis locais de queda do cometa digladiam-se enquanto esperam ser atingidos pelo mesmo, num “golpe de sorte” onde ninguém parece se preocupar muito com as nefastas consequências que tamanho impacto poderá acarretar em seus territórios e junto à sua população.

Verne aproveita também para expor a efemeridade das relações e das instituições naqueles tempos “modernos”, mostrando, por exemplo, as idas e vindas de um casal que contrai o matrimônio, separa-se e se casa novamente num pequeníssimo intervalo de tempo e sem maiores traumas para ambas as partes. Os casamentos e divórcios à americana espantam o escritor, que faz um de seus personagens exclamar: “Eu admiro verdadeiramente a facilidade que há em casar na América... quase tanto como a facilidade em se divorciar!

A edição portuguesa de 1999, a cargo da Editorial Notícias, traz ainda um prefácio do então presidente da Société Jules Verne, Olivier Dumas. Ao defender a publicação do relato assim como Verne o imaginou apresentar aos leitores do século XX, Dumas compara as duas versões, a de Verne e as alterações promovidas por Michel, demonstrando o quanto o trabalho original havia perdido de seu brilhantismo, comicidade, leveza e genialidade. E conclui: “A versão original, a única autêntica, desembaraçada das alterações de Michel – que não só a tornam mais pesada, mas também a transformam - reencontra suas cores, a sua fantasia, o seu encanto, a sua filosofia irónica, a sua ligeireza e a sua fluidez. Teria essa agradável caça no campo das estrelas necessidade de ser reescrita? Não!

Eu concordo.

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Se pretender comentar esta crítica faça-o aqui. Caso pretenda comentar a obra use a secção correspondente.
Qualquer pessoa pode escrever uma crítica para qualquer obra. Para isso leia o tópico 'Críticas das obras'.

domingo, 8 de maio de 2011

18º episódio de '50 por 1' - A volta ao Mundo em 80 dias

No programa 50 por 1 deste sábado, Álvaro Garnero e José Ramalho continuam o passeio pelas tradições da Mongólia.

No 18º episódio da Volta ao Mundo em 80 Dias, eles vestem roupas típicas dos nômades e, em seguida, arregaçam as mangas e ajudam nos afazeres da família que os abrigou nas estepes.

Entre as obrigações, Álvaro e Ramalho ordenham vacas, ajudam a fazer a comida, montam tendas e ainda assistem ao esporte preferido da população local: a corrida de cavalos.

Nesta modalidade, há um diferencial: os corredores são obrigatoriamente crianças. Depois de uma despedida emocionante, os aventureiros embarcam novamente no trem com destino à capital russa.



Não se esqueça de visitar o blog do nosso viajante à volta do Mundo, Álvaro Garnero, e do seu companheiro de viagem, José Ramalho.

Texto e vídeo: R7

sábado, 7 de maio de 2011

Deixe a sua mensagem no nosso Livro de Visitas

Muitos vernianos e visitantes do nosso blog enviam-nos, através de email, muitas questões, sugestões, colaborações, etc relacionadas com o nosso espaço e com o escritor J. Verne.

Porém, para facilitar o envio de mensagens para o Blog JVerne, criamos um Livro de Visitas que poderá ser encontrado debaixo da imagem de apresentação do nosso blog. Pretendemos com esta nova opção não só, como dissemos atrás, facilitar o envio de comentários/questões/informações sobre a vida e/ou obra do escritor francês como também aumentar a interacção entre os vernianos que nos visitam pois, caso a mensagem seja pública, qualquer um visitante poderá responder à respectiva questão/dúvida (os autores do blog não sabem tudo).

Espera-se que esta aplicação seja bem aceite por vós e que se torna numa mais-valia aqui no blog!

domingo, 1 de maio de 2011

17º episódio de '50 por 1' - A volta ao Mundo em 80 dias

Neste sábado, no programa 50 por 1, Álvaro Garnero e seu companheiro de viagem José Ramalho se despedem da China e chegam à Mongólia.

No continente asiático, a volta ao mundo em 80 dias da dupla de aventureiros ganha novos cenários e personagens ainda mais curiosos.

Assim que chegam em Ulambatur, capital da Mongólia e um dos polos econômicos e culturais do país, eles conhecem o principal mercado da cidade, onde um morador se oferece para mostrar a cidade e seus melhores sabores.

Em seguida, Álvaro e Ramalho visitam uma casa de espetáculos e por lá apreciam um cantor de hoomi, música mais tradicional da Mongólia.

Após o espetáculo, eles deixam Ulambatur e decidem experimentar o modo de vida tradicional do país. A próxima parada é acompanhar a rotina dos mongóis num acampamento nômade. Será que Álvaro conseguirá se acostumar com tamanha simplicidade?



Não se esqueça de visitar o blog do nosso viajante à volta do Mundo, Álvaro Garnero, e do seu companheiro de viagem, José Ramalho.

Texto e vídeo: R7

Primeiro book trailer de uma 'Viagem Maravilhosa'

O espaço chileno Veoleo.cl foi elaborado com o objectivo de promover a leitura através de uma metodologia que nasce desde o espectáculo e o entretenimento. Lá, os alunos da Fac. Arte, Arquitectura e Desenho da Universidade Diego Portales (Santiago) criam trailers promocionais de livros onde abordam o seu conteúdo de forma a ajudar os jovens a escolher títulos de uma qualquer biblioteca.

Este trailer (em castelhano) de 20000 Léguas Submarinas, com ilustrações de Gaspar Giordano, é o primeiro book trailer dedicado a uma obra verniana:


Visite Veoleo.cl e veja mais book trailers.